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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu BNDES indústria

BNDES não financiar exportação de serviço é como proibir merenda escolar por caso de desvio, diz Abdib

Associação de empresas de base reclamam da demora do banco em retomar linhas de crédito que já foram alvo da Lava Jato

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São Paulo e Brasília

As empresas de infraestrutura e indústrias de base reclamam da postura "pé no chão" adotada pelo BNDES na liberação de linhas de financiamentos para exportações de bens e serviços. Querem a volta do programa, um dos motores do banco nos governos Lula e Dilma Rousseff.

Representadas pela Abdib, elas afirmam que o BNDES represa os recursos com a desculpa de que o programa está suspenso à espera de um novo marco.

Logotipo do BNDES na sede do banco, no Rio de Janeiro
Logotipo do BNDES na sede do banco, no Rio de Janeiro - Sergio Moraes - 08.jan.2019/Reuters

A avaliação é a de que a paralisia não se justifica. Afirmam que o próprio TCU (Tribunal de Contas da União) prepara um marco normativo para aumentar o controle dessas linhas de crédito pelo banco.

"Eliminar um instrumento comum e importante ao redor do mundo é o mesmo que deixar os alunos da rede pública passarem fome, porque já houve casos de desvios de recursos da merenda escolar", disse em nota Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib.

Nos governos do PT, as operações de financiamento às exportações foram capitaneadas pelas empreiteiras investigadas pela Lava Jato.

Obras realizadas na Venezuela e em Cuba, por exemplo, não foram pagas. A União aguarda o pagamento para ressarcir os cofres do Tesouro, que arcou com esse calote.

Para a Abdib, os investimentos devem impulsionar a geração de empregos e turbinar toda uma rede de fornecedores diretos.

Entre 2007 e 2015, quando o BNDES reforçou os investimentos nessa área, mais de 4.000 fornecedores foram beneficiados, a maioria formada por pequenas, médias e microempresas. Em 2007, as empresas contavam com 402 mil funcionários, saltando para 708 mil em 2014.

Ainda segundo a Abdib, o banco teria desembolsado cerca de R$ 22 bilhões com retornos que somaram US$ 12,8 bilhões entre capital e juros à época.

Após a publicação desta reportagem, o presidente da Abdib enviou nota para informar que o incômodo da entidade não é em relação ao BNDES e, sim, em relação às críticas sistemáticas que o mecanismo de financiamento às exportações de bens e serviços vem sofrendo em razão dos erros cometidos no passado.

"Eliminar o mecanismo porque ele foi mal utilizado em ocasiões anteriores é um erro que pode custar caro ao Brasil. Nesse ponto, a entidade está completamente alinhada com a postura do banco de fomento, que trabalha para retomar essa linha de financiamento o mais rapidamente possível e, ao mesmo tempo, adotar mecanismos de fiscalização e controle mais rígidos e modernos do que os que havia anteriormente."

Com Diego Felix

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