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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu mudança climática clima

Um canal de TV para falar de mudança climática é a aposta do antigo dono da Climatempo

Carlos Magno do Nascimento recomprou os direitos da TV, investiu R$ 2 milhões e quer ir além da previsão do tempo

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São Paulo

Em abril, Carlos Magno do Nascimento e Ana Lúcia Frony concluíram a venda, para a StormGeo, das ações da Climatempo, empresa que fundaram no fim dos anos 1980, em uma negociação cujo valor não foi divulgado. Vender a empresa foi uma decisão pensada e natural, diz Carlos Magno. "Entendemos que continuar como uma empresa familiar em um ambiente altamente competitivo não fazia mais sentido."

Meses após a conclusão da transferência da empresa referência em meteorologia no Brasil, o casal recomprou os direitos da TV Climatempo, que agora é C3 TV —Climate Change Chanel— e onde mais importante do que o boletim de previsão do tempo será discutir o futuro.

Carlos Magno do Nascimento, fundador do Climatempo, atualmente à frente da C3 TV
Carlos Magno do Nascimento, fundador do Climatempo, atualmente à frente da C3 TV - Divulgação

Recomprar os direitos da TV já era um plano?
Não houve interesse por parte do grupo que adquiriu a Climatempo de continuar a operação da TV e, por isso, seria colocada à venda.

Decidimos então recomprar os direitos pois já tínhamos o plano de transformar a TV Climatempo em uma TV sobre mudanças climáticas. Foi um processo praticamente contínuo de gestão. A TV Climatempo foi o primeiro canal de TV da América do Sul com foco em informações meteorológicas.

Com a criação da C3 TV, completamos a transição de uma cultura de previsão do tempo e prestação de serviços para um conteúdo mais compatível aos dias atuais.

Os boletins de previsão do tempo continuam sendo divulgados, mas as mudanças climáticas e os eventos extremos são protagonistas da programação.

Quanto custou comprar os direitos da TV? Quem mais investiu no canal?
O valor da transação foi de R$ 2 milhões de reais e os investidores são os fundadores da Climatempo [Ana Lúcia e Carlos Magno].

As condições atuais, de eventos climáticos extremos mais frequentes, foram variáveis no planejamento do canal?
Sim, há algum tempo estamos acompanhando com preocupação o que vem acontecendo com o planeta e o impacto na sociedade. O momento não poderia ser mais propício de forma não proposital: temperaturas recordes no planeta, incêndios florestais e em cidades de forma nunca vistas, enchentes catastróficas.

Parece que o tipping point [ponto de inflexão], tão temido pelos cientistas, chegou em 2023. O Climate Change Channel chega para trazer luz a todos os eventos que não são normais, mas estão se tornando cada vez mais frequentes.

O canal reúne documentários sobre o desenvolvimento do planeta e traz análise de especialistas das ciências ambientais, explicando de forma didática os fenômenos climáticos extremos e seus impactos nas diferentes áreas da vida, como saúde, economia, agricultura, turismo e infraestrutura.

Como foram as primeiras semanas de programação?
Neste primeiro momento, temos o C3.News, boletim que nossa equipe produz diariamente, e documentários assinados pela Produtora Brasileira, Grifa Filmes, Duto e MediaLand. A recepção foi muito positiva.

Como será o financiamento da programação?
Uma vez que estreamos oficialmente nas operadoras e nos apresentamos ao público, estamos agora buscando patrocinadores que abracem a causa da comunicação climática. Queremos parceiros alinhados ao nosso propósito de ajudar a sociedade a enfrentar as mudanças climáticas com informação e conhecimento científico.

Para os próximos meses traremos novos formatos de conteúdos, como um programa semanal de entrevistas em que receberemos protagonistas das mudanças climáticas. Novos documentários, de outras produtoras, também devem ser inseridos na grade.


RAIO-X | Carlos Magno do Nascimento, 62

Formação: meteorologia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Carreira: trabalhou no Ministério da Agricultura de 1985 a 1990 e fundou a Climatempo em 1998, empresa da qual foi CEO por 35 anos; é sócio-fundador da C3 TV, canal de TV por assinatura dedicado às mudanças climáticas.

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