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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu China

Jantar de Lula nos EUA gera discórdia na Fiesp e Josué paga a conta

Versões diferentes sobre o evento refletem disputa de poder na maior entidade da indústria no país

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Brasília

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Josué Gomes, dono da Coteminas, pagou de seu próprio bolso a conta de um jantar oferecido ao presidente Lula em Nova York (EUA) no domingo (17).

A informação foi confirmada pela assessoria de Gomes em meio a uma onda de ataques de industriários ligados a Paulo Skaf, bolsonarista que tenta emplacar um sucessor para o comando da maior entidade da indústria do país.

O presidente Lula cumprimenta Josué Gomes, em evento da Fiesp - 09.ago.2022-Nelson Almeida/AFP

Em reserva, dois diretores contrários à gestão de Josué afirmam ao Painel S.A. que o evento em Nova York —um encontro de cerca de 50 empresários com o presidente e integrantes do alto escalão de seu governo num restaurante italiano—, foi realizado por Josué à revelia da Fiesp. Por isso, a diretoria não teria concordado em bancar as despesas. Os valores não foram revelados.

Via assessoria, Josué informou ter apenas comunicado à diretoria que estava organizando um evento para Lula e empresários nos EUA. Em nenhum momento, disse ter cogitado que o encontro fosse patrocinado pela Fiesp.

Ambos os diretores afirmaram, no entanto, que houve discussões na reunião de diretoria sobre o assunto e que, diante da recusa do conselho em custear o jantar, Josué teria se irritado e assumido a organização por conta própria. Ele nega.

Antecedentes

As versões em torno do jantar a Lula refletem um novo round da guerra pelo comando da Fiesp.

Há quase um ano, houve um cisma na federação. Uma ala, ligada a Paulo Skaf, quer tirar Josué da entidade. O clima beligerante tinha arrefecido, mas intensificou-se após Josué ter intermediado as conversas entre o governo e a gigante do varejo Shein para produzir roupas no Brasil.

Josué, que comanda a Coteminas, não só ajudou nas tratativas como fechou um negócio entre sua empresa e o grupo de Cingapura, o que irritou seus concorrentes na indústria. O grupo opositor na Fiesp agora o chama nos bastidores de Mr. Shein.

Com Paulo Ricardo Martins

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