A renegociação da dívida de Minas Gerais ocorreu após o Ministério da Fazenda ter sido informado de que o governador, Romeu Zema (Novo), pretendia somente pagar os juros da dívida, apesar da geração de caixa de suas estatais —Cemig (energia elétrica) e Codemig (exploração de nióbio), particularmente.
A intenção de Zema, segundo relatos de pessoas envolvidas nas negociações, faria com que o valor do principal da dívida não fosse abatido ao longo dos próximos meses —uma espécie de default do principal, já que somente juros seriam pagos.
Diante disso, o Ministério de Minas e Energia cogitou incorporar a Cemig. A equipe econômica, então, passou a trabalhar com a possibilidade de federalizar as estatais mineiras e abater a dívida do estado, segundo pessoas que participaram das negociações.
A iniciativa é um revés para Zema, que precisa apresentar um plano ao Supremo Tribunal Federal até 20 de dezembro para pagar a dívida de R$ 160 bilhões do estado com a União.
Sem a repactuação, o governador não terá como pagar os salários em dia em 2024, ano de campanha eleitoral nos municípios.
A solução, que vem sendo costurada por Silveira e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, —ambos mineiros—, desgasta politicamente Zema.
Silveira tem planos em Minas Gerais. Apresentando-se como protagonista em uma solução para a dívida, o ministro amplia sua base de prefeitos.
Com Diego Felix
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