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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Hang vira alvo de vídeo falso em que anuncia celular por R$ 179 na Havan

Fakenews espalhada no fim de semana levou clientes em corrida às lojas em busca da promoção

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São Paulo

Luciano Hang, dono da Havan, virou alvo de um vídeo modificado por inteligência artificial que utilizou uma voz semelhante à do empresário para divulgar uma promoção falsa nas lojas de sua rede.

Propagado em redes sociais, o vídeo usou imagens antigas, e verídicas, de Hang, nas quais ele diz ter recebido uma intimação.

Na sequência, ele aparece dizendo que a Havan foi obrigada pelo Procon a vender 200 unidades do Galaxy S22, celular da Samsung, por R$ 179.

Luciano Hang veste camiseta verde e casaco amarelo. Ele está falando em público e está com uma das mãos levantadas.
O empresário Luciano Hang conversa com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro antes de motociata - Eduardo Knapp - 1.out.22/Folhapress

Essa declaração, no entanto, era falsa e foi produzida a partir de montagem com gravações da voz do próprio Hang.

"Nós erramos o preço de anúncio por conta de uma falha de sistema e recebemos uma ordem, sob pena de multa, se eu não conseguir vender. Eu faço um apelo a vocês. Eu preciso vender essas unidades antes de meia-noite de hoje", diz a falsa voz de Hang.

O vídeo também exibe imagens de caixas com aparelhos eletrônicos.

A assessoria da Havan informou que teve acesso ao vídeo neste fim de semana, quando a disseminação da mensagem mentirosa se intensificou.

A empresa afirma ter registrado a ida de vários clientes às suas unidades em busca da promoção.

Em nota, a Havan disse que sua equipe de segurança digital tem atuado para derrubar diversos perfis que são criados nas redes sociais para divulgar o material. Disse ainda que o setor jurídico atua para responsabilizar os criminosos.

Apoiador de Jair Bolsonaro, Luciano Hang, o ex-deputado Roberto Jefferson e outros apoiadores do ex-presidente foram alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal no chamado inquérito das fake news, que apura ofensas, ataques e ameaças contra ministros do Supremo.

Hang foi um dos oito empresários bolsonaristas que participaram de um grupo com mensagens nas quais houve defesa de um golpe, caso Lula ganhasse as eleições presidenciais do ano passado.

Após a divulgação das mensagens, feita à época pelo site Metrópoles, o ministro Alexandre de Moraes autorizou mandados de busca e apreensão da PF contra os empresários.

Neste ano, Moraes determinou o arquivamento da investigação, por ausência de justa causa, contra seis dos investigados.

Em relação a Hang, no entanto, o ministro considerou que, de acordo com a PF, há necessidade de extração e análise do material apreendido em seu celular porque o empresário não teria fornecido as senhas. À época, Moraes manteve as investigações contra Hang e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa.

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