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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Disputa eleitoral em SP embaraça projeto de Nunes

Prefeito quer arrecadar com cessão de nomes de lugares públicos para empresas, mas oposição foi à Justiça

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Brasília e São Paulo

Mirando a campanha eleitoral, a oposição ataca um projeto do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que pretende levantar cerca de R$ 20 milhões, permitindo que empresas patrocinem lugares públicos, o chamado naming rights. Nunes é pré-candidato à reeleição.

Inicialmente, serão três centros esportivos: Centro Esportivo e de Lazer Modelódromo do Ibirapuera, Centro Esportivo e Cultural Brasil-Japão e o Centro de Esportes Radicais.

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Varejista Pernambucanas comprou os naming rights da estação Paulista, na linha 4-amarela do metrô de São Paulo - 09.abr.2023-Divulgação/ Pernambucanas

A proposta prevê cinco anos de vigência das concessões e o valor estimado dos contratos somados é de aproximadamente R$ 20,7 milhões.

Para o Centro de Esportes Radicais, a expectativa de pagamento mínimo anual é de R$ 1,2 milhão; do Centro de Esportes Brasil-Japão, R$ 907 mil; e do Centro Esportivo e de Lazer Modelódromo do Ibirapuera, R$ 2 milhões.

Os recursos arrecadados devem ser investidos em compensações sociais, como melhorias nos espaços, realização de eventos abertos ao público, organização de competições e auxílios financeiros para atletas e equipes.

A proposta foi criada pela Prefeitura de São Paulo com base em projetos semelhantes explorados pela iniciativa privada.

A sessão de abertura dos envelopes (licitação) está prevista para ocorrer no na primeira semana de fevereiro.

Exemplos

Hoje, o Metrô já faz isso, projeto inspirado no metrô de Hong Kong. O transporte público de Los Angeles também cede sua infraestrutura para anúncio de patrocinadores permanentes.

Há projetos semelhantes também em Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Winnipeg (Canadá).

Contudo, a preocupação geral em modificar nomes de lugares com significado histórico ou identidade cultural, ou banalizar o patrocínio, como na discussão referente ao hospital Geral de São Francisco, que passou a se chamar Zuckerberg San Francisco General Hospital and Trauma Center", em 2015, depois de uma doação de US$ 75 milhões do CEO do atual Meta.

No caso do projeto de Nunes, o PSOL foi à Justiça, alegando que a cessão do nome do espaço público viola a Constituição.

Na petição, o partido afirma que a mercantilização dos espaços públicos implicaria perda de identidade e memória coletiva dos espaços públicos, violando o artigo 37 da Carta Magna, que veda a "publicidade institucional".

No final de dezembro, o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a lei que permite naming rights na capital.

Questionada, a prefeitura de São Paulo disse que só responderá a isso no processo.

Com Diego Felix

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