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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Mudanças climáticas turbinam crescimento de seguradoras

Empresas estimam que desastres naturais devem fazer com que a venda de apólices cresça seis vezes mais que o PIB

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São Paulo

As mudanças climáticas estão pressionando as empresas a buscarem seguros, o que deve fazer com o setor cresça seis vezes mais que a economia neste ano, segundo projeções da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).

Reflexo dessa tendência, o seguro empresarial subiu quase 20% entre janeiro e outubro de 2023 na comparação com o mesmo período de 2022. No total, foram arrecadados R$ 3,2 bilhões no período e os sinistros levaram as seguradoras a arcarem com R$ 1,32 bilhão.

Área alagada na região da ponte do rio Jacuí, em Eldorado do Sul (RS)
Área alagada na região da ponte do rio Jacuí, em Eldorado do Sul (RS) - Cesar Lopes - 21.nov.2023/PMPA

Ou seja, pouco mais da metade da arrecadação foi vertida para cobrir danos relatados pelos segurados. A projeção indica que essa relação deve aumentar, considerando que hoje somente 20% das empresas brasileiras têm seguro.

"Considerando que a projeção de crescimento para o PIB no ano seja de 3%, o mercado do seguro empresarial deve crescer seis vezes o PIB, o que mostra que os empresários estão buscando cada vez mais esta proteção para as suas empresas", diz Jarbas Medeiros, presidente da comissão de riscos patrimoniais massificados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).

Ana Paula Santos, diretora de sustentabilidade da CNSeg (a confederação do setor), explica que as seguradoras estão atuando em duas frentes.

De um lado com gestão de riscos, criando comitês de crises contra possíveis catástrofes climáticas, e, de outro, expandindo a capacidade financeira para atendimento dos clientes no momento da indenização.

"As empresas estão criando metodologias com ferramentas que fazem a gestão de riscos. Elas conseguem fazer toda a capacidade de cálculo, olhando riscos já materializados no passado, e, de alguma forma, prevendo o futuro", diz Santos.

Na gestão de risco, as seguradoras mapeiam os 11 principais riscos climáticos e naturais no Brasil, cruzam dados com mapas de calor e com a incidência de riscos nas regiões. Por fim, os dados são trabalhados com modelos matemáticos já existentes.

Setores como o agronegócio, que depende do clima e pode perder toda a colheita em mudanças climáticas extremas, se beneficiam dessa iniciativa da indústria seguradora.

Com Diego Felix

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