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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Patrocínio de bets no futebol deveria ser proibido, diz consultoria de marketing esportivo

Para Sports Value, nova lei das apostas fez empresas despejarem dinheiro nos clubes, afugentando mais anunciantes tradicionais

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Brasília

O Brasil se tornou uma grande aposta para as bets. Com a nova lei que regulamentou esse tipo de negócio, as principais empresas desse ramo despejaram tanto dinheiro nos times profissionais de futebol que eles ingressaram no seleto grupo dos vinte com os maiores contratos de patrocínio do mundo.

Essa onda, no entanto, preocupa empresas de marketing esportivo, que veem riscos no longo prazo.

Jogador de futebol comemora gol
As bets se tornaram as grandes patrocinadoras do futebol brasileiro - Pedro Souza - 06.ago.23/Atlético

Segundo levantamento da consultoria de marketing esportivo Sports Value, Corinthians e Flamengo já aparecem entre os vinte maiores clubes do mundo em receitas de patrocínio master (quando uma empresa estampa a camisa do time).

Há cerca de 15 dias, o Flamengo anunciou um contrato com a Pixbet que renderá R$ 85 mihões por ano. O Corinthians também cedeu sua camisa para uma empresa de aposta. A VaideBet fechou contrato de R$ 370 milhões por três anos.

Os campeões do patrocínio são Real Madrid e PSG, que recebem cerca de R$ 378 milhões por ano. Com a Pixbet, o Flamengo se equipara à Internazionale e supera o Napoli e o Stuttgart.

"O aumento dessas verbas pagas aos times brasileiros pelas casas de apostas estão posicionando esses contratos entre os maiores do mundo, mesmo os clubes entregando muito pouco, além de visibilidade de marca", diz Amir Somoggi, sócio da Sports Value.

"No curto prazo, esse interesse parece bom. Mas [com as bets] os times afugentaram bancos, seguradoras, operadoras de telefonia, os maiores anunciantes do esporte no Brasil. Nenhum deles está nos 40 principais times. Nos estrangeiros, é o oposto", diz Somoggi.

Para ele, além disso, os espaços [na camisa] estão ocupados por empresas que estimulam o vício e cuja atividade é proibida para menores de idade.

"As apostas deveriam ser tratadas como o cigarro. Pode vender, mas deveria ser proibido fazer publicidade", disse.

Pesquisa da PwC e do Instituto Locomotiva mostra que os apostadores, em sua grande maioria, são das classes C, D e E e que empenham nisso parte do dinheiro antes reservado para alimentação.

"É um erro que vai custar caro à sociedade."

Com Diego Felix

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