O Instituto Ethos expulsou a Lojas Americanas de seu quadro de associados. A entidade, formada por mais de 400 companhias, entre elas Natura, Shell, Amazon e Carrefour, ajuda as empresas a atuarem dentro de padrões de governança e responsabilidade socioambiental.
Na avaliação da entidade, a varejista descumpriu princípios éticos que norteiam o código de conduta interno da entidade.
Há cerca de um ano, a Americanas mergulhou em uma grave crise após a revelação de que havia uma "inconsistência contábil" de cerca de R$ 20 bilhões em seu balanço.
Logo após, a nova diretoria afirmou tratar-se de operações fraudulentas envolvendo fornecedores. A companhia entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 46 bilhões.
Procurado, o Ethos disse, em nota, que a decisão foi tomada após um processo de avaliação que envolveu o comitê de ética, conselho deliberativo e a diretoria da entidade. As primeiras conversas com a Americanas tiveram início ainda em janeiro do ano passado.
A decisão pela exclusão foi tomada após discussão com associados, que identificaram na conduta da Americanas a quebra de princípios éticos assumidos pelas empresas junto ao Ethos.
O Ethos também disse que seguirá aberto para ajudar a Americanas no processo de transformação ao longo deste período de recuperação judicial.
Em nota, a Americanas disse que foi notificada da decisão do instituto, com o qual afirma manter uma "relação produtiva de mais de cinco anos". Disse que respondeu a todos os questionamentos solicitados pelo Ethos sobre a fraude cometida pela antiga diretoria e que participou de reuniões com o instituto.
"A Americanas seguirá disponível para novos diálogos com a instituição seguindo seu compromisso com a ética e a transparência, valores inegociáveis desta nova gestão."
Com Diego Felix
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