A Azul cogita uma fusão com a Gol. As conversas estão sendo conduzidas com os sócios da Abra Group, empresa que controla a companhia aérea hoje em recuperação judicial nos EUA.
Para isso, a Azul contratou o Citi e o Guggenheim Partners. A empresa avalia que a junção entre as duas operações seria a melhor forma de salvar a Gol e permitir que a Azul continue crescendo com seu plano de regionalização.
Apesar disso, a companhia comandada por John Rodgerson não descarta uma aquisição. Mesmo tendo concluído um processo de renegociação de dívida com seus credores, a Azul considera que tem condições de levar a proposta adiante.
Para isso, pessoas que participam das negociações afirmam que seria possível até emissão de ações em pagamento, caso haja necessidade de injetar dinheiro novo.
A consolidação do mercado brasileiro com duas operadoras é algo que preocupa as autoridades regulatórias.
No entanto, a sobreposição de voos entre Azul e Gol é de cerca de 18%, algo considerado contornável, apesar de afetar o filé mignon do negócio: as rotas da ponte-aérea e os destinos partindo de Congonhas e Guarulhos, ambos em São Paulo.
Os defensores da operação dizem que o argumento a ser apresentado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é o de que, na União Europeia, as companhias têm elevadíssima concentração de mercado e isso não é um problema. A British Airways detém 70% do mercado local e a portuguesa TAP, 80%, mas ambas são muito fortes em rotas internacionais.
Mesmo assim, teriam de lidar com possíveis remédios aplicados pelo Cade: abrir mão de muitas rotas.
Outro argumento é o de que a Gol entrou em recuperação judicial 30% menor do que era em 2019, quando disputava a liderança. Hoje ela é a terceira do mercado.
As chances de que se recupere são grandes, mas a Gol continuaria como a terceira do setor e com menos fôlego para continuar crescendo, por mais dinheiro que um eventual novo sócio aceite investir.
Com Diego Felix
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