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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Indústria pede para Haddad mais recursos do FAT ao BNDES

Seis das principais associações do setor querem aumento da fatia do fundo do trabalhador para lastrear empréstimos com juros baixos

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Brasília

As seis maiores associações da indústria pesada nacional pedem que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) amplie os recursos do BNDES para empréstimos dentro do Plano Mais Produção.

Voltado à inovação, esse programa do governo federal oferece crédito a empresas atrelados à TR (Taxa Referencial), ou seja, com juros de cerca de 2% ao ano.

O presidente Lula, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (esq.)e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na cerimônia de sanção de projeto sobre depreciação de máquinas para indústria - 28.mai.2024-Pedrob Ladeira/Folhapress

O Painel S.A. obteve cópia das seis cartas enviadas ao ministro pelos presidentes da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base) e Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).

Todas, sem exceção, fazem coro para que Haddad influencie o CMN (Conselho Monetário Nacional) a modificar a resolução que hoje trava em 1,5% ao ano os recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) destinados aos financiamentos subsidiados do BNDES.

O conselho é formado por três integrantes: os ministros Haddad e Simone Tebet (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

A reivindicação, no entanto, enfrenta forte resistência da equipe econômica. Como noticiou a Folha, há uma projeção de déficit nas contas do FAT a partir de 2025 e uma das saídas pode ser a devolução dos recursos hoje usados pelo BNDES para impulsionar investimentos dos planos.

Em 2024, os recursos liberados foram da ordem de R$ 6 bilhões para empréstimos do BNDES para projetos de inovação na indústria e o dinheiro se esgotou no primeiro semestre. Há uma fila de milhares de consultas que não poderão ser atendidas.

"A súbita interrupção da aceitação dos pedidos de financiamento no âmbito do referido programa provocou situações de embaraço extremamente sérios para as empresas fabricantes do setor nas suas negociações de venda de máquinas e equipamentos dotados de tecnologias da indústria 4.0, frustrando seus clientes nos planos e projetos de modernização de suas unidades fabris", disse José Velloso Dias Cardoso, presidente-executivo da Abimaq, na carta.

Os representantes das indústrias também pleiteiam a autorização de Haddad para uma suplementação de R$ 2,4 bilhões neste ano referentes aos recursos de 2023 liberados ao BNDES e que não foram utilizados à época.

"Os R$ 2,4 bilhões não utilizados no ano passado ajudariam a suplementar essa linha de crédito, visto que os R$ 6 bilhões autorizados para este ano se esgotaram ainda no primeiro semestre", escreveu Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib.

"A demanda represada continua acentuada e o esgotamento prematuro dessa linha de financiamento pode dificultar o prosseguimento do NIB [o programa federal Nova Indústria Brasil], com impactos negativos sobre a política industrial proposta pelo governo", disse Tadini.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o pedido ao governo se justifica diante do atraso da liberação dos recursos para o BNDES no ano passado.

"A resolução entrou em vigor quatro meses antes do encerramento do ano fiscal de 2023", disse no documento. "Nesse curto período, o BNDES foi capaz de executar apenas cerca de R$ 3 bilhões, de um total de R$ 5,4 bilhões autorizados."

Com Diego Felix

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