O Sindifisco decidiu processar os responsáveis pela espionagem da Abin sobre os auditores fiscais que embasaram a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.
"Os indiciados precisam pagar pelo que fizeram", disse ao Painel S.A. Isac Falcão, presidente do Sindifisco, que representa os auditores fiscais.
"Há a possibilidade de reparação civil. O sindicato vai buscar a proteção judicial para que o embaraço à atividade do auditor não saia impune."
Segundo Falcão, advogados estudam o estudando o inquérito para identificar os ilícitos praticados contra cada um dos auditores. "Buscaremos as repercussões cíveis e criminais."
O inquérito revelou que Christiano Paes Leme Botelho, então chefe do escritório da Corregedoria da Receita Federal no Rio de Janeiro, que ajudou no trabalho que levou à denúncia de Flávio Bolsonaro, foi monitorado pela "Abin paralela".
Botelho foi exonerado após Jair Bolsonaro (PL) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) discutirem uma estratégia para blindar Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Também participaram dessa reunião o então ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e uma advogada de Flávio.
É o que mostra um áudio —possivelmente a gravação dessa conversa— anexado pela Polícia Federal ao inquérito.
Nela, Ramagem propõe abrir processos administrativos contra os auditores por supostas irregularidades na investigação conduzidas por eles contra Flávio para que ela fosse, assim, anulada.
Bolsonaro concordou e o processo contra seu filho foi arquivado em 2022, dois anos após a conversa entre o presidente e Ramagem.
Oficialmente, Botelho pediu para sair e, por isso, foi exonerado.
Com Diego Felix
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