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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu medicina indústria

Distribuidoras de remédios sofrem de asfixia com prazos de pagamento

Empresas reclamam porque passaram a financiar operação de fabricantes e hospitais

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São Paulo

A saúde financeira das distribuidoras de medicamentos especializados deteriorou-se com a redução das margens de lucro decorrente da exigência de pagamentos em prazos mais curtos pelas farmacêuticas e mais longos pelos hospitais.

Segundo a Abradimex, associação que representa as distribuidoras, essa diferença já deixa as distribuidoras "financiando" essa operação com caixa próprio durante 100 dias, em média.

UTI infantil durante atendimento no Hospital M´Boi Mirim
UTI infantil durante atendimento no Hospital M´Boi Mirim - Zanone Fraissat/Folhapress

As fabricantes fornecem as medicações e querem quitação da fatura em 42 dias, em média, enquanto os hospitais (clientes finais), costumam liberar o pagamento após 75 dias, com a possibilidade de extensão do período conforme a duração do estoque. Em alguns casos, pode chegar a dois meses.

Para Paulo Maia, presidente da Abradimex, o mercado corre o risco de desabastecimento se essa situação não for revista.

"Esse não é um movimento isolado do distribuidor, é um movimento de mercado. Não tem como deixar de vender para o hospital porque não consegue pagar no prazo condicionado. O paciente é quem vai sofrer com isso lá na ponta", diz Maia.

Atualmente, a Abradimex atende mais de 15 mil hospitais e clínicas especializadas.

Em abril, diretores da associação se reuniram com a Interfarma, uma das associações que representam a indústria farmacêutica no país, mas não houve acordo.

Segundo Maia, as farmacêuticas multinacionais demonstram menor disponibilidade em ampliar os prazos de pagamentos.

A indicação é de que as matrizes não aceitariam trabalhar com fluxos mais esticados como é o cenário brasileiro agora.

Consultada, a Interfarma disse que, por questões legais, é vedada a se envolver em temas referentes às relações, práticas e políticas comerciais de suas associadas.

O Sindusfarma, outro grande representante da indústria, também afirmou que não se envolve em questões comerciais das associadas.

Com Diego Felix

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