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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu B3

Marfrig lidera em aplicações financeiras com 82% do caixa investido

Aproveitando de juros elevados, gigante dos alimentos e outras grandes empresas abertas ampliaram uso do caixa para fazer receita adicional

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Brasília e São Paulo

A gigante de alimentos Marfrig destinou 82% de seu caixa para aplicações no mercado financeiro no primeiro trimestre deste ano. Cerca de R$ 17 bilhões dos R$ 20,8 bilhões do caixa foram investidos.

Essa proporção é a mais alta dentre as cinco companhias com mais caixa disponível e ações na B3, segundo levantamento do consultor Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria. Além da Marfrig, foram analisadas Petrobras, Vale, Suzano e Braskem.

Frigorífico da Marfrig em São Paulo
Frigorífico da Marfrig em São Paulo - Paulo Whitaker/Reuters

Esse movimento da Marfrig se intensificou desde o quarto trimestre de 2023. Naquele período, a companhia já liderava com a maior alocação de caixa no mercado financeiro —70,5% dos R$ 21,9 bilhões do caixa.

Desde então, houve um aumento de mais de 11 pontos percentuais no volume de recursos aplicados pela companhia.

"O objetivo foi identificar a destinação dada pelas empresas abertas com maior caixa e saber quais são do ramo da indústria", disse Rivero.

O segundo maior montante em aplicações no trimestre (R$ 14,7 bilhões) foi da empresa de papel e celulose Suzano. Esse valor correspondeu a 78% de seu caixa no trimestre. No último trimestre de 2023, esse índice era de 60,6%.

Em seguida, aparece Petrobras, com caixa de R$ 81,7 bilhões e 29,4% aplicados —média que era de 18,1% até dezembro.

Na petroquímica Braskem, houve uma redução do volume de recursos aplicados —eles equivalem a 21,8% do caixa de R$ 18,2 bilhões, e eram 26%, no fim do ano passado.

O menor percentual de caixa alocado no período foi o da Vale — somente 1,1% dos R$ 19,1 bilhões ante 1,4% no quatro trimestre.

Retorno

De acordo com Rivero, apesar do maior percentual aplicado, a rentabilidade obtida no trimestre pela Marfrig foi a mais baixa: 2%. A Braskem registrou maior retorno, 9%, quase empatada com a Petrobras (8,9%). Suzano obteve ganhos de 2,8% e a Vale, de 2,1%.

Para o analista, a alocação em aplicações financeiras tem um efeito imediato positivo: geração de receitas adicionais. Nesse quesito, a Braskem e Petrobras tiveram melhor desempenho.

"A manutenção de investimentos líquidos permite uma conversão rápida desses recursos em caixa, se necessário", disse Rivero. "Em um cenário de juros elevados, essas aplicações funcionam como forma de investimento fora de bancos."

Por outro lado, índices elevados de aplicação do caixa em um ambiente de negócios dinâmico, pode colocar o negócio em risco.

Com Diego Felix

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