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Descrição de chapéu refugiados

Um novo começo para pessoas refugiadas por meio da educação social

Fundação Dom Cabral capacita organizações sociais e gestores de instituições parceiras da Agência da ONU para Refugiados

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Ana Carolina Almeida

Presidente da FDC - Centro Social Cardeal Dom Serafim, é engenheira civil com MBA pela Kellogg School of Management e experiência internacional no mercado financeiro

Mais de 89 milhões de pessoas em todo o mundo foram deslocadas à força no final de 2021, segundo a Acnur - Agência da ONU para Refugiados, como resultado de conflitos, violência, violação de direitos humanos ou eventos que perturbaram gravemente a ordem pública.

Os dados são ainda mais alarmantes quando vemos nas estatísticas da mesma agência o crescimento de 131% dessas movimentações em um intervalo de apenas cinco anos.

Ao longo de toda a sua história, o Brasil foi reconhecido como porto seguro para estrangeiros. Seja em momentos de expansão econômica e grande prosperidade ou em meio às mais severas crises, sempre estivemos de portas e braços abertos para receber pessoas dos quatro cantos do mundo.

Famílias em situação de vulnerabilidade, imigrantes e refugiadas, produzem máscaras durante pandemia - Karime Xavier/Folhapress

Nossa cultura foi moldada pela diversidade e a contribuição de povos de todos os continentes ajudaram a construir nossa identidade. E com pessoas refugiadas não têm sido diferente.

Segundo o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), em 2021 foram feitas 29.107 solicitações para a condição de refugiados no país. Em 2022, 3.772 pessoas de diversas nacionalidades foram reconhecidas nessa condição.

São mulheres, homens, muitas vezes famílias inteiras que precisaram deixar sua terra natal, seus vínculos e pertences para recomeçar uma nova vida.

Com longa experiência internacional, em mais de 45 anos de atuação, a Fundação Dom Cabral desenvolveu um olhar crítico sobre o papel das escolas de negócio e sua contribuição para enfrentar os grandes desafios da humanidade —e pessoas em situação de refúgio é um deles.

Alinhado com outras iniciativas do FDC - Centro Social Cardeal Dom Serafim, que envolvem jovens em situação de vulnerabilidade, empreendedores populares e organizações sociais, desenhamos conteúdos e metodologias específicas.

No "Basis para Organizações de Proteção a Pessoas Refugiadas", a ideia é capacitar gestores de instituições que atuam diretamente com quem enfrentou os horrores da perseguição.

Com duração de oito meses e meio, as primeiras 12 organizações sociais e cerca de 30 gestores incluídos no programa são instituições parceiras da Acnur. Assim, fomentamos impacto indireto e escala para chegar a quem mais precisa.

O curso tem como diferenciais a capilaridade para alcançar iniciativas em qualquer parte do território mundo e conteúdo de implementação imediata, adequados ao estágio de maturidade da organização, contando com professores capacitados e com experiência em iniciativas de impacto social.

O treinamento destas organizações para assimilação dos conceitos e fundamentos de governança e gestão são fundamentais para busca de eficiência, de melhores resultados e autonomia.

A turma iniciou em 1 de fevereiro e transcorrerá até de agosto, com workshops e monitorias no formato online.

Mais que um novo começo, essa iniciativa é um caminho para reduzir as desigualdades, aumentando oportunidades, garantindo a inclusão e fortalecendo o protagonismo do Brasil na construção de um mundo mais justo, plural e sustentável.

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