No final de semana de Páscoa, milhares de pessoas foram ao WTC São Paulo, centro de expressivos eventos corporativos no coração da cidade mais rica do Brasil.
O que se viu foi o espírito de renascimento de uma nação diversa e inclusiva. Tudo em 16 eventos simultâneos nos andares do Complexo. Todos os que participaram viveram um sentimento de mudança indescritível.
Os ecos da Expo ainda vão ecoar muito tempo, colocando a favela num lugar de destaque onde ela não costuma estar: no lugar de potência e realização.
O que vimos foi inédito. Em geral, ou estamos ausentes desses espaços ou prestando algum serviço. Desta vez a favela permitiu às gentes do asfalto e das favelas discutirem sob diversos ângulos os mesmos temas.
Investidores e empreendedores se conectaram, negociaram e fizeram um encontro simbólico que marcou o atual momento tão desgastado do nosso país.
Mais do que um evento, vimos nascer um movimento de colaboração em torno de interesses comuns de gente de classe, cores e territórios diferentes.
Um ambiente com astral elevadíssimo, com emoções diversas e diálogos até então impensáveis entre o asfalto e a favela.
Desta vez, a favela esteve na plateia, nos bastidores e no palco central, protagonizando suas potências e demonstrando ao país que quem produz e trabalha também pode elaborar um projeto de país justo, diverso e democrático.
As startups participantes carregam mais que novas ideias, levam histórias de vidas, memórias e superação. Agora, as 10 melhores disputam entre si o prêmio de R$ 80 mil e todas farão parte da escola de negócios que surge de uma parceria entre a Cufa e a Fundação Dom Cabral.
As vencedoras levarão à TV aberta as soluções para problemas complexos nas áreas mais diversas, como moda sustentável, saúde, tecnologia, educação, negócios, alimentação saudável e direitos sociais, só para citar algumas.
Sabíamos da potência do que fazíamos, mas as lágrimas derramadas por mim e pelo Celso Athayde durante a escolha das melhores startups nos remeteram ao momento em que idealizamos um sonho de ver o asfalto e a favela não como rivais em confronto, mas como partícipes de um projeto comum.
Choramos em vários momentos. Lágrimas de redenção, de poder viver e apontar para uma possibilidade real de mudança e transformação a partir de ações oriundas das nossas periferias.
E a favela deu novamente um show de equilíbrio, disciplina, elegância e qualidade. Hoje se escreveu uma nova página da história que teremos orgulho de ostentar: nunca mais será possível pensar a favela somente pelas lentes da tragédia e dos problemas. Está comprovado que favela não é carência, favela é potência.
Vida longa à Expo Favela!
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