Preto Zezé

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

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Preto Zezé

O dia seguinte às eleições

Cenário político vai exigir uma grande habilidade de negociar para unir divergentes

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A eleição de 30 de outubro foi a mais acirrada da história do país. Nunca se teve tanta disputa e rivalidades em torno de candidaturas como no caso de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL), mas ao final o que prevaleceu foi a escolha democrática da maioria.

O nível de tensão instalado durante o primeiro e o segundo turno trouxeram temas e receios de parte a parte e, como sempre, ao final, uma parcela de indecisos decidiu e deu maioria à chapa Lula-Alckmin.

Mais de 100 milhões de pessoas ficaram divididas em torno de ambos. Só a rejeição dos candidatos já revela os desafios de agora e de a partir de 1º de janeiro. Agora, espera-se uma transição tranquila e sem tumultos da campanha, pois as questões do país como desemprego, violência e a mais grave e urgente de todas, a fome, continua a bater na porta de milhões de brasileiros.

Para Lula, o eleito, recaem desafios complexos diante de uma sociedade dividida e com demandas distintas. Desafios esses que passam por atender o programa pregado na campanha ao mesmo tempo que os passos e acenos dialogam com os eleitores que votaram no atual presidente.

Do ponto de vista da pacificação do país, se faz necessária a composição de fóruns legítimos e construção de consensos em torno de agendas públicas para superar a crise social e econômica, e não será possível fazer isso olhando somente para as demandas da composição política do campo vencedor. Desde a composição dos ministérios até os novos canais de diálogos que precisam se abrir, a política precisa resgatar sua legitimidade como ambiente de soluções.

Lula terá pela frente um país diferente do que encontrou nos seus últimos mandatos. O cenário político vai exigir uma grande habilidade de negociar — algo que virou sua marca registrada de governo — para unir divergentes e manter a harmonia e diplomacia entre os opositores. Todos estamos cansados da tensão e do tumulto político.

Em seu primeiro pronunciamento, Lula falou do duro recado que recebeu dos mais de 50 milhões de votos contrários à sua candidatura. É óbvio que ele sabe que não são milhões de fascistas e que, embora se discorde legitimamente das suas escolhas eleitorais, entende que a maioria das motivações são legítimas. Desejo serenidade, êxito e capacidade de discernimento para guiar Lula e Alckmin, pois a eleição acabou e agora é olhar para frente para governar para o povo brasileiro, o que elegeu a chapa e o que escolheu o outro candidato. Nossa bandeira é uma só, a do Brasil, e a nação somos todos nós.

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