A arma infalível e quase invisível do Corinthians do ano passado era a repetição de seu time titular. Entre a estreia do Paulista e o final do primeiro turno do Brasileiro, Fábio Carille escalou a mesma equipe em 13 jogos. Virou recorde.
O time mais vezes escalado da história corintiana: Cássio, Fágner, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô. Mais do que as 12 escalações da Democracia Corinthiana.
Neste ano, é totalmente diferente. No 15º jogo deste Campeonato Paulista, Fábio Carille usou sua nona formação diferente.
Só repetiu a equipe três vezes, com três ideias completamente diferentes.
Com Kazim de centroavante, com Júnior Dutra na frente e sem referência, Jadson e Rodriguinho revezando-se no ataque.
Contra o São Paulo no domingo (25), o técnico ainda teve desfalques de Fágner, Balbuena, Rodriguinho, Jadson, Romero e Clayson.
A ausência de um time base ajuda a entender por que o Corinthians é tão irregular neste ano. Por que já perdeu 6 vezes em 17 partidas. A sexta derrota em 2017 aconteceu no dia 15 de outubro. Ontem foi 25 de março!
Alertar para os problemas do Corinthians não significa menosprezar o avanço do São Paulo. O time de Diego Aguirre foi superior durante todo o primeiro tempo, período que terminou com o gol de Nenê. Justiça no placar.
Jogou no mesmo sistema 4-1-4-1 que Dorival Júnior usou no início da campanha, com dois volantes nas funções de meias.
Liziero cuidou muito melhor dos passes do que fez nas quartas-de-final contra o São Caetano, Petros apareceu como meia direita e Aguirre conseguiu fazer a equipe usar as duas pontas, com Marcos Guilherme pela direita, Nenê pela ponta esquerda.
O gol nasceu de um vacilo do lateral Mantuan, contra-ataque puxado por Tréllez e oportunismo de Nenê, depois do rebote de Cássio.
No segundo tempo, o São Paulo recuou e diminuiu sua posse de bola de 54% para 30%.
Não vale esquecer que Diego Aguirre está apenas em seu terceiro jogo como treinador são-paulino, que a equipe vem há seis anos sem disputar uma final e que a vantagem do empate em Itaquera pode significar a quebra pelo menos desta seca de decisões.
A insegurança explica o recuo. Só que pode significar também a perda da chance mais evidente de avançar para a finalíssima.
Se fizesse 2 a 0, o São Paulo teria uma vantagem irreversível na semifinal de volta, porque o Corinthians não fez três gols de diferença em nenhuma de suas 17 partidas disputadas neste ano.
Até quarta-feira (28), Fábio Carille tem chance de recuperar Rodriguinho, Jadson e Clayson.
Também haverá um caldeirão com 40 mil vozes gritando e apoiando o Corinthians no seu estádio em Itaquera.
Se a irregularidade é a marca registrada da equipe de Fábio Carille neste ano, é justo imaginar uma equipe mais forte e com mais talento escalado daqui a dois dias.
Para o São Paulo chegar à decisão, terá de reverter também o retrospecto na casa corintiana.
São 7 clássicos em Itaquera, com 5 vitórias do Corinthians, 3 delas por dois gols de diferença. Dois empates apenas.
Mesmo irregular, o Corinthians é favorito para a vaga.
O MELHOR
O Palmeiras segue com os melhores índices em tudo. Artilheiro (Borja), líder de assistências (Lucas Lima), de desarmes (Marcos Rocha), melhor ataque, melhor defesa. Só um índice preocupa: o melhor goleiro. Jaílson é um monstro e evitou o empate no sábado (24).
O TESTE
Nesta terça-feira, o Brasil fará seu grande teste. É possível que Tite escale Fernandinho, mas medo não pode ser o tom. Nem deve haver desespero em caso de derrota. A palavra-chave é: realismo. O Brasil é candidato ao título mundial. Mas para vencer precisa saber em que nível está.
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