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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Com Coutinho e Casemiro, seleção brasileira apresenta 1º balé

Só atuação da Croácia contra a Argentina se compara com o que o Brasil mostrou nesta quarta

Moscou

Coutinho foi marcado compulsivamente por um trio do lado direito da defesa da Sérvia. Milinkovic-Savic foi recuado pelo técnico Mladen Krstajic. O acompanhamento por zona tirou Coutinho do jogo por 36 minutos. Acontece que o terceiro goleador da era Tite é Paulinho, sempre com infiltrações. A Sérvia se esqueceu disso quando Coutinho veio apanhar a bola na intermediária defensiva. O lançamento brilhante e o gol de Paulinho fecharam o melhor momento do Brasil na Copa.

O primeiro tempo foi excelente. Difícil, mas ótimo. Mesmo no Mundial do ataque contra defesa, das linhas apertadas em dez metros, nem assim se viu um jogo que escancarasse tão claramente a guerra de estilos. A Sérvia queria o jogo físico, bola lançada pelo alto, desde o goleiro Stojkovic. Ganhava pelo alto e evitava a seleção com sua arma mais forte: o passe.

O campo molhado fazia a bola deslizar, e o Brasil deslizava junto toda vez que conseguia colocar a bola no chão. Lembra Gentil Cardoso: "A bola é feita de quê, rapaz? De couro. E o couro vem da vaca, que gosta da grama. Então, põe a bola na grama".

Mas estava difícil pôr no chão, porque a Sérvia fazia questão de brigar na cabeça, com Thiago Silva, com Miranda, com Casemiro. Que partidaço fez Casemiro!

No segundo tempo, quando a seleção queria o contra-ataque e correu riscos, salvo por Alisson contra Mitrovic, por Thiago Silva quando a bola ia entrando, Casemiro foi um leão.

Ainda houve momentos em que faltou fazer superioridade numérica no setor. Aos 24 minutos, Gabriel Jesus e Neymar entraram na área pela esquerda, com três contra eles. Gabriel tentou passar entre todos e teve sorte de a bola sobrar para Neymar. Stojkovic teve de desviar ou o gol poderia sair. Neymar jogou de primeira, errou 12 passes, porque ousou. Mas fez o jogo que o time precisava. Não para si próprio. Para a equipe. Não sai de campo consagrado como craque da Copa. Continua nela e isso é muito mais relevante. Também foram destaques Coutinho, Miranda e Thiago Silva, que salvou gol e marcou o da tranquilidade.

O Brasil estreou na Copa e, mesmo com oscilações, é possível comparar com todas as outras atuações de candidatos ao título: da Espanha contra Portugal, da Bélgica contra a Tunísia, da Inglaterra com o Panamá. De todas, por ser contra um adversário expressivo, só a da Croácia contra a Argentina se compara com o que o Brasil mostrou nesta quarta (27).

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