O Palmeiras cogitou Guillermo Barros Schelotto, mas entende que o treinador argentino não terá a liberação do compromisso com o L.A. Galaxy, na liga norte-americana. O time está praticamente eliminado dos playoffs do torneio dos EUA.
Schelotto era o técnico do Boca que eliminou o Palmeiras de Felipão nas semifinais da Libertadores de 2018. É pouca referência. Também não é suficiente ter feito sucesso nos EUA, apesar de Domènec Torrent.
No domingo, o Palmeiras venceu o Atlético-GO, com decisões pontuais do técnico interino Andrey Lopes. Usou dois pontas, Rony pela direita e Wesley pela esquerda. Isso, Luxemburgo também fez. Mas Lopes também puxou Patrick de Paula para fazer saída de três homens, bola no chão, e liberou os laterais para o ataque, quando o time saía da defesa.
O Palmeiras venceu, subiu na classificação, mas está claro que o Brasileiro ficou difícil. Só que o sorteio da Libertadores dá a chance de remontar o time para jogar as finais a partir de 24 de novembro. O elenco é jovem, mas oferece força, técnica e velocidade. Dá para ser competitivo.
Miguel Ángel Ramírez era perfeito para o projeto, porque sabe trabalhar com jovens e seus times jogam com o dinamismo que se pretende. Não vem. Schelotto não seria o ideal. O Boca de 2018 era mais lento, pesado, não é o que a direção do Palmeiras quer. Não como estilo.
Acontece que se ficou quase refém da informação sobre o técnico ser estrangeiro. Não pode ser esse o pré-requisito. Qual é o treinador capaz de montar um time agressivo, controlador dos jogos, veloz e com volúpia para recuperar a bola no ataque? Se ele tiver nascido em São Paulo ou na Lua, tanto faz.
Sem Ramírez e sem cogitar, neste momento, que Schelotto deixe o L.A. Galaxy, a direção do Palmeiras deve se sentar outra vez neste início de semana para definir o foco. Não se descarta mais um treinador brasileiro.
Ao que tudo indica, virá um técnico sem contrato em vigência neste momento. Quem está nessa situação? Quique Setién, ex-Barcelona; Dorival Júnior, ex-Athletico-PR; Tiago Nunes, ex-Corinthians; Bruno Lage, ex-Benfica.
Ninguém no Palmeiras citou esses nomes. Estão aqui citados apenas por não possuírem contratos com clube nenhum. Houve quem cogitasse que o clube pudesse manter Andrey Lopes no comando e acertar com Ramírez para fevereiro. Não seria absurdo, se não estivéssemos no Brasil.
Guardiola foi anunciado pelo Bayern em janeiro de 2013 e só assumiu em julho, depois de Jupp Heynckes conquistar o Campeonato Alemão, a Copa da Alemanha e a Champions League.
Aqui, a diretoria teria culpa no sucesso (“Agora deixa o Andrey, para que o espanhol?”) e também no fracasso (“Direção omissa!”). Há sempre a outra opção, de preparar o próximo técnico e apostar nele, convicto.
Hans Dieter Flick foi elevado ao posto de técnico e ganhou a Champions League, enquanto se perguntava se viria Arsene Wenger. Não veio. O Bayern tinha convicção em Flick. Não foi interino, como Andrey Lopes.
Flick é campeão da Champions League e foi assistente de Joachim Löw na seleção alemã. Não era um grande nome. Foi uma grande ideia.
Carrossel do Cuca
Sem quase ninguém perceber, Cuca libera Felipe Jonatan como meia e faz saída de três. É um 3-4-3. Contra o Fluminense, não foram três zagueiros, porque Luan Peres jogou na lateral. A movimentação prioriza Marinho perto do gol. Cuca vai bem, apesar da derrota.
Eleição no São Paulo
Não é preciso ter Rogério Ceni em São Paulo para conversar com o técnico-ídolo. Julio Casares conversou com ele sobre o que pretende se for eleito. Marco Aurélio Cunha, homem do futebol se Roberto Natel vencer as eleições, falou com Rogério neste domingo (25). Disse apenas: “Bom jogo".
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