Matheus Cunha é o artilheiro da seleção brasileira no ciclo olímpico, com 18 gols em 20 jogos, e está fora da semifinal contra o México. A lesão na coxa deve tirá-lo da equipe titular e, mesmo que possa iniciar no banco de reservas, André Jardine pensa em criar alternativa tática.
Não está claro se será a entrada de Malcom, com Claudinho mais próximo de Richarlison, ou se poderá haver uma surpresa, como Martinelli, escalado em duas das três vezes nas quais Cunha foi substituído.
Cunha lembra Élber, centroavante campeão da Champions League de 2001, pelo Bayern.
Pouca gente o defende quando perde gols, porque nunca teve uma torcida de grande clube a admirá-lo. Élber saiu do Londrina depois de ser vice-campeão mundial sub-20, foi contratado pelo Milan, emprestado ao Grasshoppers, da Suíça, vendido ao Stuttgart, onde brilhou e chamou a atenção do Bayern, onde ganhou a Champions League.
Mas Élber marcou sete vezes em 15 partidas pela seleção, diferentemente de Cunha, que saiu cedo do Coritiba e tem média atual de 0,90.
Estamos falando da seleção olímpica, porque Matheus já foi convocado, mas ainda não estreou na principal. Pelé, o maior artilheiro da história canarinho, tem média 0,84... Melhor não comparar olímpicos com realezas, mas a curiosidade é irresistível.
À parte a estatística de Matheus Cunha, Richarlison é o destaque do torneio olímpico. Artilheiro, com cinco gols, criou a jogada e ofereceu a Cunha o chute decisivo contra o Egito. Quem olhou a história recente entendeu que seria uma partida difícil. Os egípcios atuam no 5-4-1. O sistema sempre complica as mais diferentes seleções brasileiras.
Perdeu do Brasil na Copa das Confederações de 2009, por causa de um pênalti marcado no último minuto pelo árbitro inglês Howard Webb, que ouviu um suspeitíssimo VAR –nove anos antes de o VAR existir.
Depois, na estreia olímpica em Londres, o Brasil abriu 3 a 0 e levou 3 a 2, com Mohammed Salah marcando. Estava claro que as quartas de final trariam um jogo chato contra os egípcios.
Matheus Cunha salvou, fazendo 1 a 0, o que reforça o esforço para descobrir qual surpresa André Jardine prepara para a semifinal contra o México. Também nunca é fácil enfrentar os mexicanos, que venceram o Brasil, com Neymar, na final dos Jogos de Londres, em 2012. Só que o México sai para criar jogadas, o que pode ameaçar a defesa brasileira, mas abrirá espaços para a velocidade de Antony e Malcom –ou Martinelli.
O técnico mexicano, Jaime Lozano, enfrentou e venceu o Brasil como jogador, na estreia da Copa América de 2007, na Venezuela. Daquela vez, houve tempo para recuperação e para ganhar o torneio. Desta vez, é um jogo só, para se classificar para a disputa do ouro ou para pensar apenas no bronze.
Percebe-se concentração. Bruno Guimarães, segundo volante, autor de dois passes decisivos para gols do Brasil na campanha olímpica, sabe que pode ser negociado pelo Lyon para o Borussia Dortmund, Internazionale ou Arsenal.
Diretor esportivo do clube francês, Juninho Pernambucano admite liberá-lo se houver proposta de 35 milhões de euros, que o Borussia fará se vender o inglês Bellingham para um time da Premier League. O Arsenal, cujo diretor é Edu Gaspar, também pensa em Guimarães.
De Tóquio, o volante brasileiro avisa que só conversará sobre o assunto depois da final olímpica, no sábado (7), em Yokohama.
Pecado a queda no feminino, que fica cada vez mais difícil, com o crescimento de seleções como a Austrália, semifinalista pela primeira vez e sede da próxima Copa do Mundo.
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