Abel Ferreira venceu todos os adversários que enfrentou desde que chegou ao Brasil, menos Flamengo e Atlético-MG. Olhe para o calendário do Palmeiras em setembro e para as disputas da liderança no Brasileiro e da vaga na finalíssima da Libertadores.
O time de Abel enfrentará Flamengo, Chapecoense, Atlético, Corinthians e Atlético, outra vez.
Ou quebra suas escritas, ou não ganha título neste ano.
Os treinos dos clubes da Série A passaram meio escondidos pelas últimas duas semanas, em que o noticiário foi preenchido pelo sete de setembro –sem o governo discutir o preço da gasolina–, pelos argentinos fugindo da Anvisa e pela seleção pensando em Copa do Mundo.
Enquanto isso, o Palmeiras fez até jogo-treino, no Allianz Parque, com titulares e reservas vestidos com uniformes oficiais, de jogo. Estratégia para não passar duas semanas sem atividade e sinal de que o período não foi rotineiro no Parque Antarctica.
O clássico contra o Flamengo neste domingo (12) serve, no mínimo, para definir quem será o mais direto perseguidor do Atlético, líder do campeonato. Desde o início do torneio, o Galo perdeu 15 pontos, o Flamengo, 17, e o Palmeiras, 19. Apesar de vice-líder, o time de Abel Ferreira perderá a segunda colocação se o rubro-negro vencer os dois jogos que tem a menos. Daí a obrigação palmeirense de vitória.
Se não ganhou do Flamengo, Abel venceu Renato Gaúcho e levantou o troféu da Copa do Brasil, num período em que sua equipe era discutida por ter feito o pior papel sul-americano em mundiais. Por outro lado, é o clube de menor investimento entre os três mais fortes do país neste momento.
Enquanto o Flamengo colocou no balanço do ano passado os gastos de R$ 177 milhões em aquisições de direitos econômicos e luvas, o Atlético contratou Hulk, Diego Costa, Nacho Fernández, Arana, Keno, Junior Alonso, Tchê Tchê e Savarino.
O Palmeiras trouxe Viña, Rony, Breno Lopes, Piquerez e Jorge, este último sem custo.
A competitividade passa muito por promover os três porquinhos, Gabriel Menino, Danilo e Patrick de Paula.
Tem o maior patrocínio de camisa da América do Sul, mas há dois anos não possui o maior investimento em reforços.
Se a semana foi tratada como decisiva pelo Palmeiras, também foi no Flamengo. A ideia é ganhar em São Paulo, como aconteceu em uma de suas últimas cinco visitas.
De 14 jogos sob o comando de Renato, oito foram vencidos de goleada. Não se discute: o Flamengo é o melhor time do Brasil. A pergunta é se será campeão brasileiro. Ou Flamengo, ou Atlético, ou Palmeiras, um deles será.
Daí a rodada desta semana ser tão importante.
O Brasileiro vive às turras com seus pecados, a falta de brilho, as disputas sobre o retorno do público, o individualismo do Flamengo, que se recusa a se sentar na mesa, por se julgar soberano com base em decisões municipais, federais ou liminares.
A discussão do retorno do público tem de contemplar o equilíbrio. Ou o campeonato é igual para todos ou não é para nenhum.
Saímos do sete de setembro para a tentativa do golpe num campeonato em que só um clube quer ter direito a encher seu estádio.
Por enquanto, uma coisa salva o campeonato: os jogos.
O clássico Palmeiras x Flamengo será o grande assunto do fim de semana. Logo depois, vamos tentar entender se o rubro-negro agora tem uma nova lei de Eurico Miranda. Dizia-se que Eurico fazia bem ao Vasco e mal ao futebol brasileiro. Se fazia mal ao Brasil, fazia mal ao Vasco.
É tempo de o Flamengo apenas encher os campos com a beleza de seu estilo.
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