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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Copa do Mundo 2022

Copa do Mundo terá craques no ápice da forma física

Apesar de algumas lesões, principais jogadores estrearão no Qatar na curva ascendente da temporada

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A Copa vai ser diferente e não por acontecer em novembro, em vez de junho, nem por ser a segunda na Ásia e a primeira no Oriente Médio. Não se distinguirá pela dificuldade de consumir álcool ou pela facilidade para assistir a mais de um jogo por dia.

Vai ser melhor porque os craques estarão no ápice da forma física.

Parece contraditório dizer isso numa semana em que Senegal perdeu Mané, a França lamenta quatro desfalques por lesão, a Inglaterra não tem seus laterais Chilwell e Reece James e o técnico argentino, Lionel Scaloni, afirma que alguns de seus jogadores não estão bem.

Lesão acontece. É do esporte.

Mas os principais jogadores do mundo estrearão na Copa na curva ascendente da temporada. Cristiano Ronaldo disputou 18 jogos desde agosto, De Bruyne entrou em campo 19 vezes, e Neymar, 20.

Maradona disputou 29 jogos pelo Napoli antes de se tornar o maior protagonista de uma Copa do Mundo moderna, conduzindo a Argentina ao título mundial, no México, em 1986. Dezesseis temporadas depois, Zidane decidiu a Liga dos Campeões para o Real Madrid com um espetacular voleio, em sua atuação número 47. Era 15 de maio de 2002.

Duas semanas mais tarde, 31 de maio, a França perdeu do Senegal. Zidane não jogou, com lesão muscular na coxa. Sem seu craque em 2 dos 3 compromissos da primeira fase, a França despediu-se, eliminada por senegaleses e uruguaios.

Não é acaso que os melhores jogadores do mundo não tenham brilhado em Copas durante seus reinados. Figo e Zidane fracassaram em 2002, Ronaldinho foi discreto em 2006, Messi e Cristiano Ronaldo não se destacaram nos três últimos Mundiais.

A Liga dos Campeões recebia só campeões nacionais até 1997 e havia limite de três estrangeiros. O desgaste aumentou pelo aumento do número de partidas e pelo estresse emocional. Se o Qatar recebesse as seleções em julho, Mbappé estrearia na Copa depois de disputar 44 jogos pelo Paris Saint-Germain.

Como estreia na terça-feira (22), Mbappé carregará apenas 20 partidas nas costas.

Kylian Mbappé sai do avião no aeroporto de Doha
Kylian Mbappé desembarca no Qatar como candidato a craque da Copa - Odd Andersen/AFP

Jogar em novembro é a grande novidade da Copa e isso irrita treinadores relevantes dos times que disputam a Champions: "Se fosse em julho, estaria 50 graus e, mesmo hoje, as temperaturas serão altíssimas", afirmou Jurgen Klopp, do Liverpool.

A Copa tem trazido também mudanças na distribuição de forças. Essas são mais lentas, não menos visíveis. Dos 5 Mundiais do século, 4 foram vencidos por europeus, o que jamais havia acontecido em sequência.

O argentino Jorge Sampaoli já disse publicamente que só o Brasil pode quebrar essa hegemonia, mas as seleções médias são cada vez mais capazes de produzir surpresas.

Como a Coreia do Sul vencer e eliminar a Alemanha, há quatro anos, ou a Nova Zelândia empatar com a Itália e desclassificar a então campeã na fase de grupos, em 2010.

Se a lista de maiores craques do planeta tem o polonês Lewandowski, o egípcio Salah e o senegalês Mané, se o lateral do Paris Saint-Germain é o marroquino Hakimi e o artilheiro do Bayern é o camaronês Choupo-Moting, natural que técnica e tática tenham se espalhado pelos cinco continentes.

É por isso que esta Copa não tem favoritos, mas candidatos ao título: Alemanha, Argentina, Brasil, Bélgica, Espanha, França, Holanda e Inglaterra. Todas essas podem levantar a taça.

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