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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu

Há dois Corinthians, com e sem Renato Augusto na equipe

Meia tem limitações físicas, que ele compensa com a inteligência

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Não existe hipótese de parar o Corinthians sem marcar Renato Augusto. A estratégia sempre passa pelas inversões do lado e é o meia quem mais consegue fazer a mudança de direção, num toque. Aconteceu assim no gol mal anulado por Edina Alves Batista, passe de Renato para Du Queiroz, responsável pelo cruzamento para Yuri Alberto finalizar.

Renato saiu aos 32 do segundo tempo. O Santos empatou aos 41.

É notável, por outro lado, como Fernando Lázaro e Odair Hellmann, os dois treinadores do clássico Santos x Corinthians, precisam tirar de seus meias a responsabilidade de marcação, para terem o talento em condição física suficiente para oferecerem os passes decisivos.

Lucas Lima tem três passes para gols em quatro partidas, Renato começou a rodada em terceiro lugar na tabela de assistências, abaixo de Raphael Veiga e Yuri Alberto.

Renato Augusto durante o clássico entre Corinthians e Santos na Vila Belmiro
Renato Augusto durante o clássico entre Corinthians e Santos na Vila Belmiro - Victor Aznar/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo

O meia-armador, neste Brasil dos veteranos, joga de atacante. Não dá para dizer que seja um caso único no mundo, porque De Bruyne tem, muitas vezes, o mesmo privilégio de Guardiola. Quando o Manchester City perde a bola, formam-se duas linhas de quatro e o meia belga fica à frente, livre, perto de Haaland.

Historicamente, o meia-armador tem outro papel. Como Raphael Veiga, mais comprometido com a marcação do Palmeiras, do que Dudu. Também pela idade.

Há partidas em que Renato Augusto ocupa o lado esquerdo, na recomposição, e deixa Roger Guedes solto.

Não se verá isto nunca em sequências de três partidas consecutivas, como a imposta aos titulares do Corinthians nesta semana.

Os posicionamentos de Renato Augusto e Lucas Lima fazem bem para seus times e mal para o conceito do jogo no Brasil. O meio de campo é o lugar da inteligência, mas também da participação em todas as ações de criação ou marcação.

Não há comparação entre as participações de Renato Augusto e Lucas Lima. Mesmo com boas atuações contra Portuguesa e Ceilândia, Lucas ainda descansa na maior parte dos jogos. Seus passes podem decidir jogos, sua atuação tática, muito menos.

Renato Augusto é diferente. Tem limitações físicas, que compensa com a inteligência.

Depois do clássico contra o Palmeiras, Abel Ferreira elogiou-o pela capacidade técnica, observou que nem sempre está onde deveria estar, do ponto de vista tático. O limite não é dele. Mesmo com Yuri Alberto líder de assistências do estadual e com Roger Guedes artilheiro do campeonato, Renato Augusto é quem dá esperança de o Corinthians voltar a ser campeão paulista depois de quatro temporadas.

O Santos é outro caso. Precisará somar pontos contra o Ituano, fora de casa, para evitar o vexame da terceira eliminação consecutiva na fase de grupos. Dos grandes clubes do país, é quem não conquista nenhum troféu há mais tempo, junto com o Internacional – desde 2016.

O primeiro campo de futebol tem o título Lucas Lima à frente da linha de zaga, jogando livre. E o segundo campinho, tem o título Livre, Renato Augusto às vezes inverte com Roger Guedes
Folhapress

O Corinthians tem a maior pontuação nos clássicos, neste início de ano. Ganhou do São Paulo, empatou com Santos e Palmeiras e seus cinco pontos empatam com os palmeirenses, vão além dos quatro dos são-paulinos, um dos santistas.

Fernando Lázaro não faz o Corinthians pressionar como Vítor Pereira gostava. É o limite para uma equipe com seis titulares acima dos 31 anos. Joga à imagem e semelhança de Renato Augusto.

A novidade

O São Bernardo se parece com o Tottenham e Márcio Zanardi usa o sistema que ajudou o Chelsea a ganhar o Campeonato Inglês de 2017 sob o comando do italiano. A sanfona tem cinco defensores em linha e saída de três para atacar. O problema é que passa mais tempo defendendo. Foi assim para ganhar no Morumbi.

A Recopa

O Flamengo é favorito para inverter a vantagem do Independiente Del Valle, na final da Recopa Sul-Americana. Preocupa menos pelos resultados e mais pela incapacidade de ser consistente. Falta sobretudo pressão na saída de bola. Justamente a qualidade que mais cobrou do Corinthians no ano passado.

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