Descrição de chapéu Mundial de Clubes

Trabalho psicológico ajuda Raphael Veiga a chegar ao Mundial no auge

Meia volta ao torneio consolidado como uma das principais peças do elenco do Palmeiras

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São Paulo

Dias antes do embarque do Palmeiras para a disputa do Mundial de Clubes, nos Emirados Árabes Unidos, o clube divulgou um videoclipe de uma música escrita por Abel Ferreira e cantada por funcionários da Academia de Futebol.

"Jogaremos para ganhar. Cada jogo é uma final. Todos defendem e todos atacam. Com coragem e força mental", dizia um trecho da letra, acompanhada de uma melodia que dava um tom motivacional à canção.

Cada verso ajudava a reforçar uma característica que o técnico português busca ressaltar em seu trabalho: o cuidado com a saúde psicológica de todos que o rodeiam, incluindo atletas, seus auxiliares e os demais colaboradores do clube. Aspecto que conquistou os jogadores, como Raphael Veiga, 26.

Desde a chegada do técnico, o meia viu seu futebol evoluir até se tornar uma das peças mais importantes do time. Foi ele, por exemplo, que marcou o primeiro gol na final da Libertadores contra o Flamengo —com 5 gols na competição, ele foi o vice-artilheiro palmeirense, só atrás de Rony, autor de seis.

"Além da parte tática que ele [Abel] me fez evoluir, como entender a forma como o time joga e procurar os espaços vazios em campo, ao mesmo tempo ele agregou muito na parte mental", diz o meia, à Folha. "Ele costuma falar que a cabeça controla todo nosso corpo, então ele me ensinou que, estando bem comigo e tendo tranquilidade para observar os espaços, eu consigo fazer boas jogadas para o time".

 Raphael Veiga comemora o primeiro gol do Palmeiras sobre o Flamengo, na final da Libertadores
Raphael Veiga comemora o primeiro gol do Palmeiras sobre o Flamengo, na final da Libertadores - Juan Mabromata - 27.nov.2021/AFP

Em momentos decisivos, por exemplo, é comum o treinador e sua comissão técnica insistirem para todos se consultarem com Gisele Silva, psicóloga do clube, que tem seu trabalho muito valorizado pelo comandante.

Os números gerais de Veiga pelo Palmeiras ajudam a atestar a melhora dele sob o comando de Abel. Após passar por um período de empréstimo ao Athletico, o jogador retornou no início de 2019. Até novembro de 2020, quando o português foi contratado, o camisa 23 disputou 29 jogos como titular e 27 como reserva, marcou 13 gols e deu duas assistências.

Já com Abel Ferreira ele soma 70 jogos como titular, apenas 10 como reserva, tem 25 gols marcados e 10 assistências. O jogador participou de quatro títulos com a camisa alviverde: o Paulista (2020), o bi da Libertadores (2020 e 2021) e a Copa do Brasil (2021), sendo os últimos três, as conquistas mais importantes, vencidas durante a gestão do atual técnico.

Apesar da fraca campanha no Mundial de Clubes do ano passado, no qual o Palmeiras terminou como quarto colocado, Veiga valoriza a experiência que teve no Qatar e vê o elenco mais maduro, sobretudo pelas conquistas que os jogadores acumularam nos últimos anos.

"Por ter vivido essa experiência do Mundial e por ter jogado partidas importantes, com certeza a gente vai para lá com uma maturidade muito maior", afirma.

Segundo o meio-campista, apesar da ansiedade que o elenco e a torcida vivem hoje, a preparação para essa disputa foi melhor do que a anterior, principalmente pelo calendário.

Em 2021, a estreia no Mundial ocorreu em 7 de fevereiro, apenas uma semana após o triunfo sobre o Santos na decisão da Libertadores. Na desgastante temporada, muito afetada pela pandemia da Covid-19, foram 77 jogos entre Paulista, Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial.

Desta vez, após um período de férias, a equipe disputou somente quatro jogos nas primeiras rodadas do Campeonato Paulista, nas quais Abel pôde fazer os últimos ajustes no time, invicto até aqui, com vitórias sobre Novorizontino, Ponte Preta e Água Santa, além de um empate com o São Bernardo.

"Além disso, o pessoal do Palmeiras montou uma programação para a viagem para a gente sentir o menos possível a questão do fuso horário", destaca o jogador. A preparação, aliás, começou ainda durante o voo que levou a delegação alviverde, na quarta-feira (2), no qual todos foram orientados a dormir assim que o avião decolou para ajustar o relógio com o fuso dos Emirados Árabes.

Veiga escuta orientações de Abel Ferreira em jogo do Campeonato Brasileiro, no Maracanã
Veiga escuta orientações de Abel Ferreira em jogo do Campeonato Brasileiro, no Maracanã - Alexandre Loureiro - 14.nov.2021/Reuters

Para o elenco, todo detalhe pode fazer a diferença na busca pelo inédito título. Para o camisa 23, a chance de voltar para casa com o troféu na bagagem seria a "cereja no bolo que a gente vem preparando."

No caso de Veiga, teria ainda uma sensação especial. Torcedor palmeirense desde a infância, quando ele gostava de frequentar as arquibancadas, realizou o sonho de seu avô ao vestir o manto alviverde, mesmo após a morte daquele que o inspirou a ser jogador. Os títulos que ele já conquistou foram além do que seu avô havia sonhado. Mas o atleta quer mais.

"Ganhar o Mundial é colocar realmente o nome de cada um aqui na eternidade da história do Palmeiras. Fico muito feliz por esse momento, fico feliz pelo que cada um está vivendo. Com certeza eu vou dar o meu melhor para que a gente alcance esse objetivo", finalizou.

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