Eliane Trindade

Editora do prêmio Empreendedor Social, editou a Revista da Folha. É autora de “As Meninas da Esquina”.

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'O nosso Deus é o Deus do nosso Brasil', diz Michelle Bolsonaro

Primeira-dama participa de congresso evangélico em que ora ao lado de líderes pentecostais pela vitória em 2 de outubro

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São Paulo

De vestido floral em tons claros e blazer branco, Michelle Bolsonaro ocupou o palco da Pré-Conferência Global 22 Renascimento, na noite desta sexta-feira (23) em Brasília, para encerrar o evento com uma "fala profética como primeira-dama e mãe da nação".

"Essa terra é do Senhor. Essa nação pertence a Deus. E nós estamos aqui para declarar que feliz é a nação cujo Deus é o senhor. E o nosso Deus é o Deus do nosso Brasil", declarou Michelle, na oração de encerramento, em uma fala de cerca de 13 minutos no Hípica Hall, um dos espaços que abriga a igreja Congregação das Nações.

"Nunca mais a nossa nação, irmãos, será chamada de desamparada. Nunca mais a nossa nação será chamada de assolada. Nunca mais a nossa nação entregará o seu trigo e o seu vinho para alimentar os nossos inimigos."

Michelle Bolsonaro no palco da Pré-Conferência Global 22 Renascimento na noite da sexta-feira (23) na igreja Comunidade das Nações, em Brasília - Reprodução do comunidadedasnacoes no Instagram

De lenço de papel na mão e com marca de choro no rosto, a primeira-dama declarara pouco antes: "Não tem mais como ser crente com cílios postiço, né?".

A fala da primeira-dama terminou com uma prece pelo país: "Que Deus abençoe nossa nação amada, que Deus tenha misericórdia de nossas vidas. Que Deus venha nos conduzir no caminho certo. No caminho de Justiça. No caminho de verdade. No caminho de paz, de amor e alegria. Que Deus nos abençoe. Amém".

No palco iluminado por luzes verde-amarela e com a bandeira do Brasil projetada ao fundo, Michelle ainda se ajoelhou e recebeu uma unção final do pastor JB Carvalho, líder da igreja da qual é frequentadora assídua.

"Muito obrigado pela vida da nossa primeira-dama. Obrigado pelo coração quebrantado que ela tem. Obrigado porque que Deus tem feito a diferença nesse país, porque existem lideranças que temem ao senhor. Obrigada pelo nosso presidente Jair Messias Bolsonaro", disse o pastor, sob aplausos e gritos da plateia que lotou a antiga casa de luxuosas da capital da República.

O também autor do best-seller evangélico "A Jornada da Masculinidade" agradeceu por tudo que aconteceu no país nos quatro anos de gestão Bolsonaro e projetou a reeleição.

"Obrigada por esses novos anos que virão e que implementarão toda essa visão que começou a acontecer em 2018", afirmou o teólogo que tem mais de 250 mil seguidores no Instagram.

"E que, no futuro, quando nós nos lembrarmos desse tempo, será a boa lembrança de líderes que fizeram a diferença e que movimentaram essa nação para se tornar o que ela foi planejada para ser: o celeiro do mundo", prossegui JB Carvalho.

Ele terminou a oração em tom de triunfo político. "Muito obrigado, senhor. Nós somos gratos pelo 2 de Outubro e a vitória que o senhor está dando ao teu povo que te chama pelo teu nome."

E isso foi só a pré-conferência, avisou o pastor, referindo-se ao evento propriamente dito, que será realizado entre 12 e 15 de outubro em Brasília.

Ao longo das 2 horas e 40 minutos de culto e apresentações de bandas gospel, foi anunciada uma promoção especial: inscrição por R$ 149, em vez de R$ 347.

Um anúncio promocional da Conferência Global 22 foi projetado no meio do evento. Com bandeira do Brasil tremulando ao fundo, a propaganda enfatizava: "Proclamamos Justiça no ambiente político, a verdade sobre a mídia. Na família, o amor sacrificial, e que a educação ensine as suas virtudes no sistema educacional".

O anúncio também proclama, na economia, dignidade para todos. "O dia está chegando. A restauração de antigos valores, o emergir de uma nova criação", diz o texto, em referência ao pleito da próxima semana.

Em edições anteriores, o congresso internacional da Comunidade das Nações contou com a presença de Pattie Mallete, mãe do cantor Justin Bieber.

A estrela do evento preparatório desta sexta-feira foi a pastora Camila Barros. Ela começa o sermão sobre o calvário de Cristo, baseado no livro de João, capítulo 19, glorificando a vida de todos e em especial da primeira-dama sentada na primeira fila.

"Até me furar já furaram, mas não vão me quebrar", disse a pastora, em um paralelo cifrado entre a facada que Bolsonaro levou na campanha de 2018 e os martírios de Cristo na cruz.

É o momento em que Camila Barros pede para uma moça da plateia levantar bem alto a bandeira do Brasil. "Porque Deus te trouxe aqui hoje para dizer: eles vão te ofender, eles vão te cuspir, eles vão afrontar. Eles estão apavorados por sua popularidade, mas, quebrar, ninguém quebra."

É a deixa para um final catártico de pregação, com todos de pé, de mãos dadas gritando: "Brasil, ninguém te quebra".

Em seguida, JB Carvalho ocupa o palco novamente para chamar a primeira-dama e saudar a ex-ministra Damares Alves (Republicanos), também presente no culto.

Horas antes, Michelle participou de um evento de campanha de Damares, candidata ao Senado pelo Distrito Federal, quando comparou a disputa eleitoral a uma "guerra espiritual" e disse lutar contra "as hostes malignas".

Na pré-conferência, a fala da primeira-dama foi mais branda. "Como é bom saber que se tivermos alicerçados na palavra do senhor, as promessas de Deus irão acontecer. E nós cremos que as promessas do nosso Deus para nossa nação vão acontecer."

Michelle pediu uma Bíblia emprestada, "é como pegar um sapato emprestado, não é verdade?", e leu um longo trecho do livro de Isaías, capítulo 61, "por acreditar que algo espiritual está acontecendo no nosso Brasil".

Com voz embargada iniciou a leitura bíblica. "Vocês serão chamados de sacerdotes do senhor, ministros de nosso Deus. Das riquezas das nações se alimentarão e se orgulharão de possuir os tesouros delas."

E faz uma referência ao próprio país, em um trecho: "Em lugar de vergonha e desonra, Brasil", meneando a cabeça de forma negativa, "desfrutarão uma porção dupla de honra, pois eu, senhor, amo a Justiça e odeio o roubo e a maldade. Amém".

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