Roberto Dias

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O que vai na cabecinha do governador do Rio?

Witzel deveria perceber que é mau negócio competir no terreno dos factoides da política brasileira

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Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (de óculos), faz flexões durante troca de comando do Bope
Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (de óculos), faz flexões durante troca de comando do Bope - Carlos Magno/Secom

O Rio continua lindo e sem sorte. A nova maré de azar vai subindo desde a posse de Wilson Witzel no governo. Do Palácio Laranjeiras tem aparecido uma notícia bizarra atrás da outra nesses dias.

A mais preocupante delas ocorreu no domingo: a censura a uma exposição que incluía nudez feminina e fazia alusão à tortura na ditadura. Bem pouco convincentes, as explicações do governador acabaram por desnudar não só a truculência da decisão, como também uma falta de bom senso de cair o queixo.

No assunto que deveria ser a preocupação zero de um governador do Rio, a segurança pública, a linha de Witzel é de endurecer o jogo com os criminosos. Quer aumentar a duração máxima para penas, isolar presos perigosos e incentivar a polícia a atirar em bandidos que, no seu entender, ofereçam perigo imediato.

Até aí, é parte do jogo —afinal, foi com base nisso que ele ganhou a eleição. Mas o que o novo governador realmente fez nessa área? Flexões. É fato: ele aproveitou a troca de comando do Bope para se exercitar ao lado dos policiais.

Teve mais. Além dos acontecimentos ruins de sempre, como morte de policial e ataque a deputada, o noticiário de segurança do Rio ocupou-se de um quadro com o rosto do governador formado por projéteis.

Witzel atualiza uma linhagem formada, apenas nos últimos 20 anos, pelo seguinte grupo: Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão

A uni-los, a prisão. A diferenciá-los, aquele momento, no governo Cabral, em que houve a ilusão de que a sorte do Rio tinha virado.

Como é natural, o novo governador quer marcar sua própria diferença e, quem sabe, posicionar-se para concorrer ao Planalto em 2022.

Dificilmente chegará lá, porém, se continuar dedicando energia a confeccionar faixa inexistente de governador do Rio, como fez ao tomar posse —nesse terreno dos factoides, a competição na política brasileira é duríssima.

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