No início do governo no Rio, Witzel surpreende com gestos inusitados

Ele mandou confeccionar uma faixa de governador para a posse e não a retirou nem quando reuniu-se com o secretariado

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Rio de Janeiro

Quase desconhecido no início da campanha, o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) passou de coadjuvante a governador do Rio. Ele surpreendeu com uma forte arrancada nos dias anteriores ao primeiro turno. 

No início do governo, Witzel continua surpreendendo —desta vez com declarações e tradicionalismos inusitados. 

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se reúne com o secretariado
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se reúne com o secretariado - Carlos Magno - 12.jan.19/Secom

Na posse, agarrou-se a uma faixa de governador que mandou confeccionar especialmente para a ocasião.

Não retirou o adereço, cujo uso não é de praxe nesse tipo de cerimônia, nem quando se reuniu com o secretariado.

Naquela manhã, Witzel chegou à Assembleia em um Chrysler Town & Country preto. Segundo sua assessoria, o carro blindado foi alugado pelo partido e já era utilizado desde a transição. 

Quando empossou o secretário de Polícia Militar, Rogério Figueiredo, o governador também vestiu uma faixa, honraria da corporação. 

Dias depois, Witzel participou de uma cerimônia mais descontraída. Na última terça (8), o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho colocou o pé na calçada da fama do Maracanã e no joelho do governador, que fingiu engraxar sua chuteira para uma foto.

Em dezembro, Ronaldinho entregou seu passaporte ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em função de uma dívida com a Justiça gaúcha que já ultrapassou R$ 8 milhões. Foi condenado por dano ambiental e ainda não cumpriu a decisão. 

O imbróglio não pareceu incomodar Witzel, que disse que o ex-jogador é um “parceiro do povo do Rio”. 

Outras declarações, mais duras, continuam causando polêmica. Na posse do secretário da Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, o governador afirmou que o estado precisa da sua própria Guantánamo para traficantes. Ele se referia à prisão americana em Cuba que abriga acusados de terrorismo.

A fala vai ao encontro das demais soluções para a segurança pública apresentadas por Witzel. O governador já prometeu que atiradores de elite irão “abater” criminosos que portarem armas pesadas.

Posicionamentos linha-dura para combater a criminalidade fizeram parte da estratégia de Witzel, que se apresentou ao eleitor como o candidato mais semelhante a Jair Bolsonaro.  

Ainda que tenha surfado na onda bolsonarista, Witzel surpreendeu outra vez ao firmar uma espécie de pacto de não agressão com o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), que tenta permanecer na cadeira. 

Com poucas chances de vitória na corrida para a presidência da Casa, Márcio Pacheco (PSC), escolhido líder do governo na Alerj, abriu mão da candidatura. Apesar das divergências, ele decidiu apoiar Ceciliano para dar governabilidade a Witzel. 

O governador não tem falado sobre o assunto, mas já fez elogios a Ceciliano e ao seu trabalho na Assembleia. 

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