O Rio continua lindo e sem sorte. A nova maré de azar vai subindo desde a posse de Wilson Witzel no governo. Do Palácio Laranjeiras tem aparecido uma notícia bizarra atrás da outra nesses dias.
A mais preocupante delas ocorreu no domingo: a censura a uma exposição que incluía nudez feminina e fazia alusão à tortura na ditadura. Bem pouco convincentes, as explicações do governador acabaram por desnudar não só a truculência da decisão, como também uma falta de bom senso de cair o queixo.
No assunto que deveria ser a preocupação zero de um governador do Rio, a segurança pública, a linha de Witzel é de endurecer o jogo com os criminosos. Quer aumentar a duração máxima para penas, isolar presos perigosos e incentivar a polícia a atirar em bandidos que, no seu entender, ofereçam perigo imediato.
Até aí, é parte do jogo —afinal, foi com base nisso que ele ganhou a eleição. Mas o que o novo governador realmente fez nessa área? Flexões. É fato: ele aproveitou a troca de comando do Bope para se exercitar ao lado dos policiais.
Teve mais. Além dos acontecimentos ruins de sempre, como morte de policial e ataque a deputada, o noticiário de segurança do Rio ocupou-se de um quadro com o rosto do governador formado por projéteis.
Witzel atualiza uma linhagem formada, apenas nos últimos 20 anos, pelo seguinte grupo: Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.
A uni-los, a prisão. A diferenciá-los, aquele momento, no governo Cabral, em que houve a ilusão de que a sorte do Rio tinha virado.
Como é natural, o novo governador quer marcar sua própria diferença e, quem sabe, posicionar-se para concorrer ao Planalto em 2022.
Dificilmente chegará lá, porém, se continuar dedicando energia a confeccionar faixa inexistente de governador do Rio, como fez ao tomar posse —nesse terreno dos factoides, a competição na política brasileira é duríssima.
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