Ahhh, a geração belga. Que saudade de suas glórias. Quem consegue esquecer aquela equipe envolvente de 1920, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos?
Aliás, reza a lenda, a Tchecoslováquia (país que existia em 1920) abandonou a final ainda no primeiro tempo em sinal de protesto, após o juiz de 65 anos (existia juiz de 65 anos) mandar para a rua um jogador tcheco (não tinha cartão vermelho ainda, era uma luta mandar alguém para a rua). Não se fazem mais protestos como antigamente. Mas que time era aquele, Bragard, Coppée, Larnoe, conhecido como Rik, que querido…
De lá para cá, segundo pesquisas rápidas pela Wikipédia, a Bélgica conquistou… nada. Teve um terceiro lugar na Copa de 2018 e um quarto em 1986. Mas esses adoráveis canalhas eliminaram o Brasil da Copa da Rússia, portanto vão morar eternamente nos nossos magoados corações. Sem contar que o assistente técnico deles ainda é o francês Thierry Henry, aquele, de 2006.
Tememos, torcemos, odiamos, secamos e amamos a chamada "geração belga" com seus atuais jogadores.
Como não curtir suas histórias de tabloide: reza outra lenda, uma sexy lenda, que uma ex-namorada do talentoso Kevin de Bruyne, o craque do time, se vingou do jogador ao descobrir que ele teve um affair com a amiga dela. E como? Teve relações com o goleiro Courtois. Dizem que o meia e o arqueiro não fazem parceria nos campeonatos de truco até hoje. "Ok, ok, ok…"
Imagine uma banda de rock que está junto há muito tempo. Mesmo com apenas quatro pessoas, tem hora que um coleguinha não consegue mais olhar na cara do outro amiguinho. Por isso tem tanto lançamento solo.
Agora voltemos ao futebol. Imagine um grupo com 22 pessoas? E só 11 podem brincar, os outros 11 ficam olhando. Certamente, depois de alguns anos, um não suporta mais o outro. Por isso a renovação que temos no Brasil é uma bênção futebolística. A cada quatro anos, muda mais da metade da seleção.
Com a chamada geração belga, não. A turma é praticamente a mesma. Mesmas piadas no vestiário, mesmo samba belga a caminho do estádio, mesma piadinha de como o De Bruyne fica rosado quando fica nervoso… um já sabe o cheiro do outro. Era hora de dar um basta (grato, Croácia).
Então, querido leitor, querida leitora, você vai ler neste jornal, e em todos os outros, sobre o enterro da geração belga. "Fim da geração belga", "despedida da talentosa geração belga", "enterro dos millennials vermelhos" e outras coisas que possam combinar sinônimos de saideira com "belgiquenses".
Mas… como você sabe, o futebol é dinâmico.
E você lerá, neste e em outros jornais daqui a dois anos, na Eurocopa: "Última chance para a geração belga", "geração belga busca o título que lhe falta" etc. e tal.
E na Copa de 2026? Não, não vamos nos livrar de títulos com a geração belga. Afinal, De Bruyne tem 31 anos, seu amigo de batatas fritas Courtois tem 30, Carrasco, 29, Hazard velho, 31, Hazard jovem, 29 (sim, temos dois deles). Todos terão praticamente a mesma idade de Messi hoje, ou menos.
E como o próximo Mundial terá 48 seleções, a Bélgica já está classificada —Gibraltar e Liechtenstein sonham.
Portanto, hoje é apenas um dia para a velha geração belga chorar e afogar as mágoas com as excelentes cervejas belgas. Logo mais eles voltam. Como diria o jogador mexicano do time de Ted Lasso, "futebol é vida".
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