Em um ano, discussão, polêmica e contusão. No outro, polêmica, discussão e contusão. Passa mais um e lá vem de novo, contusão, discussão e polêmica. Ou, como diriam os franceses, "blessure, dispute e polémique".
Não tem jeito, entra ano, sai ano, essa é a doce e triste rotina do pobre menino rico Neymar. É um combo maldito. Nem o camisa 10 aguenta mais tanta contusão. Parece um eterno "Feitiço do Tempo".
Na mais recente manifestação do combo, Neymar teve uma entorse no tornozelo direito em partida contra o Lille, pelo Campeonato Francês —Campeonato Francês, no estágio atual, é o que chamamos por aqui de Estadual, uma obrigação pela qual o Qatar Saint-Germain tem que passar para jogar a única coisa que realmente importa para a turminha de lá, a Liga dos Campeões.
Aparentemente, a entorse não foi das mais graves, considerando outras contusões na carreira do atacante. Mas foi grave o suficiente para colocar um asterisco em sua participação no jogo de volta das oitavas de final da Champions, diante do poderoso Bayern de Munique. Na ida, os alemães venceram por 1 a 0, em Paris. Portanto, a missão do PSG na terra da cerveja é bem complicada —o Bayern é o único time que está 100% na competição.
Porém, antes da "blessure" teve a discussão com o diretor de futebol Luís Campos, que invadiu o vestiário em um jogo para cobrar empenho e ouviu poucas e boas de Ney e Marquinhos —nessa discussão, este escriba está do lado dos jogadores; vestiário é sagrado, principalmente no intervalo de um jogo.
E teve também a "polémique". Neymar postou imagens jogando pôquer com amigos e indo a um evento em uma lanchonete fast food ligada à mesma marca que promove o jogo de cartas. Mbappé, emputecido, cobrou os colegas genericamente sobre alimentação e descanso. E jura que não teve nada a ver com Neymar. Ahan.
Neymar fez tudo isso em sua folga. E muitos de seus pôquer-compromissos são na verdade trabalho. O moço está ganhando. É embaixador da marca —cada um no seu cada um. Portanto, Neymar não estaria exatamente errado. Mas, como diria o filósofo, "não basta ser… precisa se comportar como tal". E não é o primeiro ano em que o brasileiro pode se ausentar do PSG na reta final da Champions. Aliás, é quase rotina.
Esse combo provoca mais irritação na torcida que nos colegas. E uma nova eliminação para o Bayern na Champions, bem próxima de acontecer, pode acarretar o fim da história de Neymar na Cidade Luz —mesmo que conquiste mais um Francesão.
Desde 2017 no PSG, Neymar só está ainda por lá por que entre uma lesão e outra entrega momentos de puro deleite. O brasileiro faz partidas ou tem momentos dentro de um jogo que conseguem reunir ao mesmo tempo as qualidades de Messi e de Cris Ronaldo. Isso nem o touro Mbappé consegue, e não é pouco. Mas aí, quando parece que vai decolar… "blessure" de novo… "Merde".
A temporada corrente do futebol europeu, que começou no segundo semestre de 2022, parecia sob medida para Neymar. O ano em que ele chegou bem para disputar a Copa e parecia se distanciar do combo maldito. Infelizmente, o brasileiro sofreu uma "blessure" no Qatar e, no jogo que fazia a diferença, o Brasil foi eliminado. O craque apagado que brilhou na Copa e levou sua seleção ao título foi o outro do PSG, o tal Messi.
Agora surgem os primeiros boatos de transações para a próxima temporada. Em uma delas, de acordo com um site, Neymar teria sido oferecido aos cinco clubes mais ricos da liga mais rica do mundo, a Premier League: Chelsea, dois Manchesters, Liverpool e Newcastle das Arábias (não, o líder Arsenal não é um dos cinco mais ricos). O Chelsea já admitiu conversas.
É possível, assim, que o moço Neymar esteja perto de abandonar as "blessures". Esperamos que seja para um futuro sem "injuries".
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