Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo
Descrição de chapéu Copa do Mundo feminina

O beijo roubado que roubou a Copa 2023

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'Não gostei!', disse Hermoso, ainda no vestiário, sobre o beijo do dirigente espanhol


Jenni Hermoso, camisa 10 da Espanha, falou ainda em campo, quase chorando, emocionada com o inédito título de sua seleção na Copa feminina, disputada na Austrália/Nova Zelândia.

Na final, a seleção venceu a Inglaterra, que tinha um leve favoritismo, por 1 a 0. E Hermoso ainda perdeu um pênalti no tempo normal. Em sua primeira entrevista pós-título, falou que aquele era o dia mais feliz de sua vida.

Momentos depois, um beijo na boca, não consentido, estragou o que era para ser apenas festa da Espanha. Foi no pódio da premiação quando o patético presidente da federação espanhola, Luis Rubiales, achou que estava no churrasco do clã Rubiales, segurou a cabeça da atleta com as duas mãos, após abraçá-la, e deu um beijo em sua boca.

Na hora ninguém percebeu direito e ninguém chamou a atenção para o fato na transmissão. A própria rainha Letizia da Espanha estava no pódio recebendo as jogadoras e a ação de Rubiales passou despercebida. Porém o beijo arrancado viralizou nas redes e Hermoso se pronunciou em uma live ainda no vestiário. "Não gostei", disse.

O dirigente Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola, segurou o rosto da camisa 10 da seleção espanhola, Jenni Hermoso e deu um beijo na boca, provocando um momento extremamente constrangedor  durante a cerimônia de entrega da medalha de ouro para a equipe campeã da Copa do Mundo Feminina
Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, segura a cabeça de Hermoso e a beija na boca - Reprodução/Sportv

Desde o beijo de Michael Corleone no irmão Fredo, em "O Poderoso Chefão 2", em pleno Réveillon, um beijo não era tão estraga festa como esse.

O beijo de Rubiales conseguiu superar o constrangimento do pódio na Copa masculina, quando Messi foi obrigado a usar uma capa preta antes de levantar a taça no Qatar.

No Qatar ou na Austrália, evidentemente, a Fifa não se pronunciou.

Como presidente da federação espanhola, Rubiales tem uma relação hierárquica com comissão técnica e jogadoras. Ele é o chefão e se aproveitou dessa condição, o que torna tudo pior.

Nesta segunda (21), dia seguinte ao título, Rubiales pediu uma desculpa bem esfarrapada, querendo dizer que o mundo não soube interpretar um gesto que é comum na Espanha.

Na Espanha, no Brasil, na Austrália e em boa parte do mundo, beijo não consentido é assédio. É o mesmo tipo de assédio que vemos (e reclamamos) contra repórteres mulheres em porta de estádio, quando são atacadas por torcedores que acham normal, tocar ou se aproveitar de qualquer mulher que passa à sua frente. Não é normal. No Brasil, o presidente anterior da CBF, Rogério Caboclo, foi afastado após acusação de assédio contra uma funcionária (num caso mais grave).

Ministros e autoridades espanholas já se manifestaram após o episódio, classificando o beijo de Rubiales como uma ação inaceitável. Mas já está na hora de a Espanha passar a falar menos e agir mais em relação ao que acontece no entorno de seu futebol —não esqueçamos os graves problemas do país em relação ao racismo, potencializados nos casos contra Vinicius Jr.

Também é bom lembrar que a Espanha já chegou ao Mundial com uma crise entre parte do elenco e o técnico. Muitas pediram a troca do treinador, mas Rubiales peitou as jogadoras e manteve o míster. Com esse contexto, será que Hermoso teria força para confrontar o dirigente?

Pereira x Pereira
Começa nesta terça (22) a fase de quartas de final da Libertadores, com três brasileiros entre os oito participantes, todos favoritos, em diferentes graus. A competição já teve resultados surpreendentes nas oitavas, com o Olímpia eliminando o Flamengo, o Bolívar tirando o Atlhetico-PR e o Deportivo Pereira passando pelo Independiente del Valle.

Mas há uma constante, o Palmeiras. A equipe da presidente Leila Pereira, que enfrenta o Deportivo Pereira, disputa e passa pelas quartas de final desde 2020, quando eliminou o Libertad; em 2021, o São Paulo, e em 2022, o Atlético Mineiro. E em nenhuma delas o time alviverde chegava tão favorito contra o time colombiano de Pereira. Porém o grande confronto das quartas é argentino: Boca Juniors x Racing.

Barretos no Maracanã
Este escriba começa hoje a campanha para defender que a Festa de Peão de Barretos do ano que vem seja transferida para o imponente Maracanã. O gramado já virou um pasto mesmo. Seria um grande evento.

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