Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo

Gabigol e a saudade do ex

A relação com o antigo amor deve ser cuidadosa, para não magoar o atual

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Tem amor no futebol. Também tem ódio e ciúme… mas tem amor. No Maracanã, no domingo (17), durante a final da Copa do Brasil, o campeão do amor foi Dorival Jr., que recebeu carinho de quase todos os jogadores dos dois times. Afinal, como se sabe, Dorival é ex do Flamengo.

Dorival Júnior na partida Flamengo 0 x 1 São Paulo, no Maracanã - Mauro Pimentel/AFP

Quem já teve ex sabe que a relação com o antigo amor deve ser tratada com muito cuidado, principalmente para não azedar a relação atual. Todo mundo sabe disso —quase todo mundo; minha amiga Isabel continua casada com o primeiro namorado e não sabe do que estou falando.

Mas, se Isabel não sabe, Gabriel Barbosa (antes chamado Gabigol) sabe. E Gabigol, poderoso, foi até a sala de imprensa só para mandar um carinhoso beijinho para Dorival. Poderia ter dado um beijinho antes, a portas fechadas, poderia ter chamado Dorival para um jantar depois, poderia ter usado o Zoom, mas preferiu mandar o beijo em plena sala habitada por jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos, esse bando de futriqueiros. Logo, Gabriel sabia que o companheiro atual ia ficar sabendo.

Gabigol na partida contra o São Paulo - Mauro Pimentel/AFP

E como o companheiro pode receber isso? Ele pode achar que é um beijinho de "foi bom te ver, fica bem", ou um "lembra quando a gente fez aquela viagem, que loucura...", ooouuu "a gente não devia ter terminado daquele jeito, me liga". Pronto. Caraminholas en la cabeza del actual pareja. E olha que Jorge Sampaoli já estava meio furioso antes do tal beijinho, chutando grade e tudo mais.

Até outro dia, o mesmo Gabriel estava falando que Sampaoli tem a cara do Flamengo. Que a relação é nova, mas parece antiga, que rolou conexão e tal. Já Sampaoli, prevendo que será abandonado, tenta sair por cima da relação e disse após a derrota no Maracanã que o Flamengo não tem seu DNA (iihhh, esta coluna não vai entrar na discussão sobre teste de paternidade, deixemos isso para outros programas).

Já Dorival, o bem-amado, prega calma. Ainda não é hora de extravasar a paixão. O professor sabe o que diz. No ano passado, quando ele era casado com o Flamengo, foi até o Morumbi e, com elenco semelhante, sapecou 3 a 1 na semifinal da Copa do Brasil —na ocasião, o tricolor, que estava com o amor eterno Rogério Ceni, jogou melhor, mas perdeu para o talento individual (sempre ele) dos rivais.

Este humilde escriba não ficaria nem um pouco surpreso se, ao fim do ano, com apoio de Gabriel, o Barbosa, a diretoria mambembe do rubro-negro fosse atrás de Dorival para tentar reatar. O mesmo Dorival com quem eles terminaram em 2022, sem motivo. Na ocasião foi um "não é você, sou eu", seguido de "desculpe, mas pintou um clima com o outro cara, e ele fala português". "Mas eu também falo português", retrucou Dorival. "Sim, mas não é igual, e ele tem uma sogra bacana", disseram, antes de pedirem a chave do vestiário de volta.

Diante disso, a torcida do São Paulo espera apenas que Dorival tenha um pouco de amor próprio… e pode até marcar um café ou almoço com Gabriel, não tem problema —mas jantar não, seria muito romântico.

O amor custa caro
O Maracanã recebeu 60.390 pagantes para uma renda de R$ 26,3 milhões. Valor médio de R$ 436,22. Parabéns à diretoria do Flamengo. Objetivo alcançado. Imagine se fosse um clube precisando de dinheiro...

Champions em busca de novos amores
Vai começar nesta terça (19) uma nova Champions League. Uma Champions meio diferente, atrás de novos amores. Ok, já não tinha Cris Ronaldo. Mas agora também não tem Messi, o moço de Miami. Benzema e Neymar? Ambos nas Arábias, com Cris tentando destronar Romarinho.

Será a vez de Mbappé se consolidar como o principal nome da Europa? Ou Haalland como o maior goleador? Para os brasileiros, a torcida é para Vinicius Jr., que perderá a estreia do Real Madrid por contusão. Mas tem Rodrygo, no mesmo Real, além de Raphinha, no Barça, Bruno Guimarães, no Newcastle, Casemiro, no Manchester United, Gabrieis (Jesus, Magalhães e Martinelli), no Arsenal (uhu), entre outros.

Talvez, finalmente, seja uma Champions mais focada no coletivo do que nos ídolos.

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