Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo

As bruxas estão soltas no Botafogo

John Textor deve ter alguma dívida com algum bruxo do Missouri

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Um filósofo boleiro poderia facilmente adaptar o dito popular: "Não acredito em bruxas, mas que os feitiços e maldições contra o meu time existem, existem". No que um outro colega igualmente filósofo responderia: "Você torce para o Botafogo, né?".


Nesta terça (31), o Brasil celebra o Dia do Saci, mas prefere fazer festa para o anglófono Halloween, o Dia das Bruxas, data lembrada em muitas histórias de terror. E o futebol, como se sabe, é um amplo palco para histórias de terror.

Para alguns torcedores no país, esta semana realmente será de medo, suspense e, provavelmente, maldições. Já ouvi de alguns botafoguenses que está faltando perna no time. "É o Dia do Saci." Pura maldade, não falta disposição ao Putfire de John Textor.

Mas, veja bem, o dono da SAF botafoguense, o friend Textor, é americano, do Missouri. Logo, deve estar mais suscetível às bruxarias desse mundão da bola. E não sei se o avisaram quando comprou o clube, mas há coisas que só acontecem com o Botafogo (isso, aliás, já deveria valer um desconto no negócio).

Garrincha, o maior ídolo da história do clube, era conhecido como "o anjo das pernas tortas". Mas na verdade era um demônio, um bruxo. Coincidência esse anjo ser do Botafogo? O que ele fazia com os pobres zagueiros era coisa de anjo? Acho que não.

Neste Campeonato Brasileiro, só o mito do Botafogo não deixa os comentaristas cravarem que o time está apenas administrando uma vantagem confortável, quase inalcançável. Afinal, tudo pode acontecer… com o Botafogo.

O Botafogo é o time que não conseguiu ir para a semifinal do Carioquinha, mas lidera com folga o Brasileiro. Isso não é estranho? Me parece um ato de bruxaria. E o clube se dá bem até em rodada que ele não joga e, mesmo assim, a diferença não diminui (outra coisa que só pode ser explicada com feitiçaria da braba).

Mas talvez Textor tenha alguma dívida pendente com algum bruxo ou bruxa do Missouri. E ele(a) está coletando.

Ou como se explica que o único jogo do campeonato que acabou em dois dias foi do Botafogo? Contra o Athletico-PR, quando o estádio teve quatro apagões. E o resultado? Empate, dois pontos perdidos.

Falta de luz no estádio Nilton Santos (Engenhão) no jogo Botafogo 1 x 1 Athletico-PR - Ricardo Moraes - 21.out.23/Reuters

O time também perdeu pontos recentes ao empatar com o Goiás e perder para o Cuiabá (de Deyverson, o saci de duas pernas que só faz traquinagem). Dois jogos que deveriam ter resultado em seis pontos, o que deixaria o alvinegro inalcançável até para o Manchester City.

Lance de Botafogo 1 x 1 Athletico-PR, no estádio Nilton Santos - Ricardo Moraes - 21.out.23/Reuters

Provavelmente o torcedor botafoguense, que sempre apoiou Textor, não sabe, mas há uma cidade no Missouri chamada Salem. Coincidência?

Nesta quarta (dia 1º), um dia depois do Dia das Bruxas e um antes do Dia dos Mortos, o Botafogo enfrenta (em casa) justamente o Palmeiras, que, ao lado de Bragantino e Flamengo, são os únicos que podem aumentar o suspense do campeonato, ou o terror. O jogo ganhou contorno de final, mas não é. E um empatezinho no Engenhão, desta vez, será um luxo —a partida marca também o duelo dos dois times "contra tudo e contra todos", empate é um bom palpite.

Tiquinho Soares (dir.) comemora com companheiros seu gol na partida Palmeiras 0 x 1 Botafogo, no Allianz Parque - Amanda Perobelli - 25.jun.23/Reuters

Depois, nosso querido Putfire encara um clássico local contra o Vasco (amaldiçoado há anos), em São Januário. Após o duelo, o Botafogo enfrenta o outrora postulante ao título Grêmio. Onde? São Januário de novo —o Engenhão receberá um show do grupo mexicano RBD, sigla que enfeitiça adolescentes. Quero saber quem deu essa ideia de que São Januário pode dar sorte ao Botafogo. Já viu alguém feliz neste ano em São Januário? Pelo amor de Nilton Santos…

Bem, depois desses três duelos, este humilde escriba espera poder voltar aqui, com mais calma, e dizer que o Botafogo terá um fim de ano mais tranquilo… É só Textor pagar às bruxas o que deve.

Maldição Rolling Stones
O Barcelona resolveu fazer uma ação com a banda Rolling Stones e jogou com uma camisa com o famoso símbolo do grupo, logo no clássico, contra o Real Madrid. Pior, deram um ingresso para Mick Jagger. O que aconteceu? Obviamente, perdeu de 2 a 1. Quem fez os gols do time de Madri? Um britânico, chamado Jude (Bellingham). Como se sabe, "Hey Jude" é uma música dos Beatles. Coincidência?

Vinicius Junior (Real Madrid) e Ronald Araújo (Barcelona) na partida Barcelona 1 x 2 Real Madrid, em Barcelona - Joan Gosa - 28.out.23/Xinhua

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