Esta Data Fifa já tem seu grande nome em se tratando de seleção brasileira. Na verdade, nomes. Na primeira perna da viagem, em Londres, Leila Pereira e Endrick, nesta ordem, deixaram tudo dominado. Em Madri, pelo menos antes do jogo, Vinicius Junior é o dono da bola. Ah, sim, depois de todos eles, dá para incluir o professor Dorival Júnior.
Leila foi convidada pela CBF para ser a chefe da delegação nos amistosos em solo europeu. Este humilde escriba nunca entendeu direito qual a serventia do cargo. Parece só um regalo para ganhar um carimbo no passaporte. Marcos Braz, o dirigente viajante, deve ter morrido de inveja.
[Pausa para anotar ideia para algum canal de streaming desenvolver: "O Dirigente Viajante", com Marcos Braz; dos mesmos criadores de "Um Vereador na Joalheria".]
Voltando. Leila pegou o microfone e mostrou para que serve um chefe de delegação. Falou e cobrou punição para casos como os de Daniel Alves e Robinho. Foi a tia Leila, puxando a orelha de todo jogador riquinho que acha que tem o poder para fazer o que quer.
Daniel foi condenado por estupro no dia 22 de fevereiro. Leila falou, como chefe da delegação, em 22 de março. E só depois disso a CBF acordou.
Danilo deu uma bela entrevista, sobre o machismo que impera no futebol. A CBF soltou nota contra Robinho e Daniel. Até o presidente Ednaldo Wonka Rodrigues, que conduz a entidade como sua fantástica fábrica de jogadores, manifestou-se.
Também teve Dorival, com um discurso desastroso, no qual afirmou que Robinho é uma pessoa fantástica.
Mas tenho sérias dúvidas, para dizer o mínimo, se Dorival, Danilo e Ednaldo Wonka discursariam sobre o tema caso Leila não tivesse iniciado o processo.
Voto em Leila para chefe de delegação da seleção na Copa América, na Copa do Mundo de 2026 e em qualquer outra Copa.
Com a bola rolando, a vitória contra a Inglaterra com o gol de Endrick virou a agenda positiva de que todos na seleção precisavam.
Agenda positiva é algo mais usado na política. Quando o governo é criticado ou a economia está em frangalhos, procura-se qualquer boa notícia. Foi o que aconteceu.
Dorival diz que quer o Brasil jogando como time de Premier League. Bem, o time da Premier League com a média de posse que ele teve diante da Inglaterra (cerca de 47%) é o Wolverhampton, no qual joga o volante João Gomes. Coincidência? Contra a Espanha, provavelmente seremos um time reativo. A ver.
No entanto, o período com Fernando Diniz foi tão ruim que o jogo contra os ingleses pareceu melhor do que realmente foi.
Já Endrick é um daqueles jogadores predestinados a grandes coisas no futebol. Tudo bem que seu gol foi daqueles que minha vovó, que usa bengala, faria (mas minha vovó teria dificuldades de buscar aquele posicionamento). Até sua entrevista pós-jogo, citando Bobby Charlton, foi genial. Citação planejada, mas genial. Os ingleses já amam Endrick.
Nesta segunda (25), em Madri, futura terra de Endrick, Vinicius Junior deu uma entrevista emocionado. Chorou. Os temas foram racismo, racismo e racismo. Vini está nitidamente esgotado, mas, ao mesmo tempo, não vai desistir. Endrick chega para ser companheiro de Vini em alguns meses. Quem sabe não pode ajudá-lo a dividir essa luta. Mbappé, acho que não vai.
Falando em agenda positiva, o atacante Pedro Raul fez uma harmonização facial para ficar ainda mais gato. Será que foi algo já pensado para o próximo álbum da Panini? Já dá para dizer que o Corinthians tem a dupla de ataque mais gata da Série A?
Falaremos sobre centroavantes gatos em outra oportunidade.
Curiosidade dos condenados da semana: Robinho, que fugiu da Justiça italiana para ficar no Brasil, está preso e não verá o jogo da seleção. Daniel Alves, que não conseguiu escapar da Espanha e foi condenado, pagou 1 milhão de euros e pode até ir ao estádio ver o amistoso ao vivo.
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