Sidney Klajner

É cirurgião do aparelho digestivo e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

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Sidney Klajner
Descrição de chapéu Coronavírus

Quando setores público e privado se unem, quem ganha é a saúde do brasileiro

Pandemia de Covid-19 chamou a atenção para a importância das parcerias, mas modelo não é novo

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Entre março de 2020 e janeiro de 2021, o Einstein atendeu 18% de todos os pacientes do SUS internados com Covid-19 no sistema público de saúde da cidade de São Paulo. Foram 10 mil pacientes SUS, quase o triplo do número de pacientes hospitalizados na organização pelo sistema privado.

Onde estava esse Einstein que atende SUS? Estava nos dois hospitais municipais por ele geridos (Hospital M’Boi Mirim – Dr. Moysés Deutsch e Hospital Vila Santa Catarina – Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho), no Hospital de Campanha do Pacaembu e em unidades de pronto atendimento com regime de internação.

O M’Boi Mirim, aliás, tornou-se referência no atendimento de pacientes com quadros graves da infecção, com mais de 200 leitos de UTI criados em tempo recorde.

Pacientes com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Moyses Deutsch (M'Boi Mirim), referência no atendimento às vítimas da pandemia na cidade de São Paulo - Lalo de Almeida - 02.jun.2020/Folhapress

O Einstein que atende o SUS estava também em outras unidades do município e por meio da telemedicina chegamos, por exemplo, ao Alto Rio Negro, no distrito de Iauretê, uma reserva indígena, e apoiamos a saúde pública em Paraupebas, no Pará.

A pandemia chamou a atenção para a importância da contribuição de uma instituição privada ao setor público, mas esse modelo de parceria não é novo. Ao contrário. O Einstein firmou seu primeiro contrato com a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Paulo para atender pacientes SUS há 20 anos.

Hoje, além das unidades citadas acima —um hospital geral e um de alta complexidade—, responde pela gestão de mais 25 unidades municipais, como UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), Assistência Médica Ambulatorial de Especialidades Pediátricas (AMA-E) e AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais), entre outras.

Há, ainda, iniciativas pontuais, como os “Corujões da Saúde”, antes realizado pela Prefeitura e atualmente pelo Governo do Estado de São Paulo, aproveitando ociosidades de nossa estrutura para mutirões de exames.

Recentemente, estabelecemos uma nova parceria, desta vez com a Secretaria Municipal de Educação, para a gestão de um Centro de Educação Infantil no bairro do Capão Redondo, atendendo mais de 200 crianças entre zero e quatro anos.

Por que avançar para o gerenciamento de uma unidade desse tipo? Porque a saúde de uma pessoa depende dos cuidados desde a mais tenra idade e porque o Einstein tem uma sólida experiência com a creche que atende os filhos de seus funcionários desde 1982, uma unidade tida como modelo e que conta hoje com mais de 450 crianças sob seus cuidados.

Atendimento por telemedicina a Hospital em Vitória da Conquista, na Bahia, por meio do Proadi-SUS - Gustavo Lacerda - 05.ago.2015/Folhapress

Outro tipo de parceria com o setor público se dá por meio do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS), com projetos como o que usou big data e inteligência artificial para fazer um raio X da saúde em cidades de Minas Gerais e Bahia, ajudando a direcionar o planejamento e aplicação dos recursos públicos; e pesquisas como as que envolvem entre 7.000 e 9.000 pacientes e estão relacionados a hipertensão e diabetes, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.

Assistência, gestão, pesquisa, tecnologias e digitalização da saúde, capacitação de profissionais... Nas mais diversas dimensões, temos colaborado com o setor público, levando nossos conhecimentos, padrões e práticas de excelência e imprimindo a essas iniciativas os mesmos atributos de segurança, qualidade, eficiência, agilidade e custo-efetividade que pautam nossas atividades no âmbito privado.

Que o setor público se beneficia, parece evidente. Mas muitos perguntam: o que o Einstein ganha com isso? A resposta é: avançamos na missão que inspira nossa organização desde suas origens, que é levar saúde para a população. As parcerias governamentais nos dão escalabilidade, atingindo um número cada vez maior de cidadãos.

O sistema de saúde brasileiro é um só, formado por dois setores: o público e o de saúde suplementar. Desafios não faltam —e muitos serão mais bem resolvidos com projetos em parceria. Quando esses dois lados se unem, quem ganha é a saúde dos brasileiros.

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