No último ano, as polêmicas e o despreparo tomaram conta do Ministério da Educação. A precarização da gestão do MEC e do Inep, a paralisação no desenvolvimento e manutenção dos softwares do ministério e a atabalhoada contratação da gráfica deveriam ter servido de aviso. Ao contrário do que disse o ministro, este Enem está longe de ser o melhor e, aos erros na correção se somam agora erros no Sisu. Enquanto isso, o MEC tentou inverter os papéis e responsabilizar os alunos, pedindo que os estudantes identificassem o erro e pedissem a correção. Muitos estão desesperados, pois não sabem se foram afetados ou não, outros tantos nunca viram tal comunicação e, dos que viram, uma boa parte segue sem resposta.
Estão brincando com os sonhos dos nossos jovens. Isso em um país em que, cada vez mais, a juventude está desalentada e sem esperança.
Foi em resposta aos altos índices de evasão e abandono escolar, de desemprego e de suicídio que eu decidi destinar 100% das minhas emendas, durante os quatro anos do mandato, por meio de editais abertos e transparentes, à juventude de São Paulo.
Todo ano, os deputados têm direito a escolher como serão destinados cerca de R$ 15 milhões do orçamento público. Enquanto, muitas vezes, esse recurso é entregue a apoiadores políticos, para não falar de todas as falcatruas, me comprometi a usar as minhas emendas para tentar resgatar, mesmo que em menor grau, um pouco da esperança dos nossos jovens.
Na área da saúde, serão R$ 4 milhões para aos Caps e as Raps (Centros e Redes de Atenção Psicossocial), para o atendimento de jovens dependentes químicos, e R$ 3,5 milhões para projetos de apoio a alunos com deficiência e de atendimento psicológico nas escolas.
Um projeto de terapia cognitivo-comportamental que já demonstrou reduzir o envolvimento dos jovens com atividades violentas e aumentar a taxa de conclusão do ensino médio receberá R$ 2 milhões.
Outros R$ 2 milhões serão destinados à Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, que transformou a minha vida quando ainda estava na 5ª série, e à Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Estudos já mostraram que as olimpíadas científicas de fato melhoram o engajamento e a aprendizagem dos estudantes.
Parte do recurso também irá para o Instituto Federal de São Paulo, para a compra de instrumentos musicais, fortalecimento do programa de auxílio-permanência para alunos em situação de vulnerabilidade e financiamento de um cursinho popular oferecido a jovens do ensino médio de escolas públicas.
Com a verba das emendas, o município de Santo André desenvolverá uma formação esportiva para alunos, Assis comprará ônibus escolares e Matão construirá uma rampa de acessibilidade e uma quadra poliesportiva para a ampliação da educação especial.
Associações e ONGs que desenvolvem ações de alto impacto também foram escolhidas, com projetos que abrangem o acolhimento de jovens grávidas e mães, acolhimento a jovens vítimas de violência, oferta cultural para jovens em situação de vulnerabilidade, inclusão digital, combate ao analfabetismo
e oferta de cursos técnicos de manicure e barbearia, por exemplo.
Enquanto continuamos cobrando políticas públicas que olhem para as nossas juventudes, acompanharei de perto cada um desses projetos. O que queremos é devolver aos nossos jovens o direito de sonhar e, para mim, não existe objetivo mais urgente do que esse.
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