Vacina sim, sem furar a fila, sem aglomerar, com máscara.
Na coluna anterior, escrevi que o futebol europeu é superior ao da América do Sul, por causa de melhores condições econômicas, científicas, sociais, educacionais e profissionais. Com isso, contratam os principais jogadores e desenvolvem, com mais eficiência, a técnica coletiva, a organização, dentro e fora de campo, e a maneira de fazer as coisas.
Um leitor contrapôs e disse que os brasileiros são mais habilidosos e criativos e que deveríamos retornar à nossa essência na maneira de jogar. Essas qualidades são importantes, mas o talento individual não é mais decisivo como era no passado. O jogo ficou muito mais complexo.
Temos de olhar e de aprender com o passado, mas é necessário separar a nostalgia, a saudade, um delicioso sentimento, do saudosismo de achar que tudo de antes era melhor. Muitas vezes, os saudosistas idealizam um passado que nunca existiu. Além disso, por causa da globalização e por ter jogadores de todos os países espalhados pelo mundo, não há mais as marcantes diferenças de estilo de outras épocas.
Os europeus, cada vez mais, formam jogadores habilidosos, criativos e fantasistas, e os sul-americanos, cada vez mais, produzem jogadores técnicos, práticos e pragmáticos. O estilo das equipes varia nos dois continentes.
Para formar um grande time, é necessário unir a habilidade com a técnica, o drible com o passe, a disciplina com a criatividade, o conhecimento com o saber fazer e o encantamento com o resultado. Não é ficar em cima do muro. É destruir o muro e criar uma nova maneira de pensar e de executar.
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