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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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O Real Madrid e os limites físicos e mentais

Idade não é sinônimo de decadência, mas esporte impõe barreiras implacáveis

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Não se deve mudar conceitos e estabelecer novas referências por causa de uma partida, embora alguns jogos sejam explosivos e marcantes, como a magistral atuação do Manchester City na goleada sobre o Real Madrid por 4 a 0, pelas semifinais da Liga dos Campeões. Parecia um time grande contra um pequeno.

O técnico Ancelotti, a direção do Real, os analistas e o mundo do futebol estão se perguntando se a partida representa o fim de uma era de protagonismo mundial de três veteranos e grandes craques, Modric, Benzema e Kroos, articuladores e maestros da equipe durante muitos anos. Penso que sim.

Karim Benzema e Luka Modric na semifinal da Copa do Rei, em abril
Karim Benzema e Luka Modric na semifinal da Copa do Rei, em abril - Albert Gea - 5.abr.23/Reuters

Provavelmente haverá uma grande renovação na equipe do Real, que já tinha começado com as contratações de Camavinga, Tchouaméni e outros. Falta um substituto para Benzema. O Real perdeu também com bastante antecedência o título espanhol para o Barcelona.

A idade mais avançada não é sinônimo de decadência, pois na maioria das profissões se pode aprender e evoluir com o tempo, mas no esporte o limite físico é implacável. Em alguns atletas o limite mental é ainda maior.

A atuação do Manchester City contra o Real Madrid é uma das mais brilhantes da história. Se o City for campeão inglês e da Liga dos Campeões, na final contra o Inter de Milão, o que é bastante provável, estará entre os maiores times de todos os tempos, como o Barcelona, quando era também dirigido por Guardiola, o Santos de Pelé, o Real Madrid de Di Stefano e Puskás e outros.

Guardiola e Ancelotti são dois excepcionais e diferentes treinadores. Ancelotti executa muito bem o que é esperado, previsível. Guardiola vai além, inventa e reinventa.

Assim como o Manchester City fez com o Real, o Atlético-MG massacrou o Corinthians pela Copa do Brasil. Não porque teve uma atuação extraordinária, mas porque o Corinthians armou uma retranca e mesmo assim levou dois gols.

O Galo atuou bem e tem evoluído após as escalações de três meias, Pavón pela direita, Zaracho pelo centro e Hyoran pela esquerda. Zaracho é um articulador, habilidoso e com um bom passe, de característica diferente da vista quando atuava Edenilson, um jogador de velocidade.

Penso apenas que o técnico Coudet deveria ter mantido os jogadores após o segundo gol contra o Corinthians, pois o time criava chances e poderia garantir a classificação.

Quem também perdeu oportunidade foi o Flamengo, pois jogou todo o segundo tempo contra o Fluminense com um jogador a mais. Já era melhor no primeiro tempo, pois pressionava e não deixava o Fluminense ficar com a bola. O 0 a 0 foi bom para o Flu.

A escalação de Felipe Melo é sempre um risco, pois ele é lento na cobertura e há sempre o perigo de ser expulso. O bom passe na saída de bola da defesa não justifica a sua presença, a não ser em momentos específicos do jogo, como era o habitual.

Além do Atlético-MG, Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro, América e Athletico-PR conseguiram bons resultados para o jogo de volta da Copa do Brasil. O Palmeiras melhora a cada vitória, uma mistura de cabeça fria, coração quente e talento individual e coletivo.

As arbitragens do futebol brasileiro, na média, estão a cada dia piores. O pênalti em Rony, marcado a favor do Palmeiras contra o Fortaleza, é incompreensível. Parece que o VAR inibiu e/ou diminuiu a responsabilidade dos árbitros, que estariam mais acomodados. O VAR se tornou o protagonista.

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