Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Conab diverge de estimativas de produção de soja de consultorias

Governo prevê 111,5 milhões de toneladas; consultorias apostam em 116 milhões

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Plantio de soja  no norte do Paraná
Plantio de soja no norte do Paraná - Mauro Zafalon - 11/jul.17/Folhapress

Os dados de safra da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta quinta-feira (8), surpreendem e não seguem a tendência de alta prevista por várias consultorias.

O dado mais destoante é a previsão da safra de soja. Conab e IBGE ficaram em 111,5 milhões e 112,4 milhões de toneladas, respectivamente, enquanto algumas consultorias já preveem uma produção recorde, acima de 116 milhões de toneladas.

Outro dado importante do relatório da Conab é a correção dos estoques de passagem de milho de uma safra para outra. Previstos em 23,2 milhões de toneladas até o levantamento anterior, o órgão do governo agora estima em 18,5 milhões de toneladas os estoques de 2017/18.

A Conab começa a fazer acertos também na produção de milho. No levantamento de fevereiro, o órgão incluiu as perspectivas de área e de produção da safrinha. Os números indicam queda.

Após uma retração de 19% no período de verão, a produção de milho deverá diminuir 6% no de inverno, sempre em comparação à safra anterior. Com isso, a produção total desta safra deverá recuar para 88 milhões de toneladas, 10 milhões a menos do que na anterior.

O IBGE estima uma safra de milho ainda menor: 85,8 milhões de toneladas. A segunda safra, a chamada safrinha, deverá ficar em apenas 59,3 milhões de toneladas.

Conab e IBGE estimam uma safra total de grãos de 226 milhões de toneladas neste ano, 5,5% menos do que a anterior.

A safra 2017/18 teve um aumento de área para 61,5 milhões de hectares, mais um recorde, mas a produtividade média do país será menor. O atraso no plantio da soja em várias regiões vai postergar também a semeadura do milho, que vem a seguir. Além disso, o clima deste ano, embora bom, não está sendo tão favorável como foi o de 2017.

Na avaliação da Conab, dos nove produtos semeados na primeira safra, apenas a mamona terá um ligeiro avanço na produtividade neste ano.

Uma das principais quedas fica para a soja, cuja produtividade média recua para 3.185 quilos por hectare, 5,3% menos do que em 2017. A oleaginosa encabeça a lista dos produtos mais importantes na produção brasileira.

As diferenças de estimativa de produção da Conab e do IBGE com as consultorias ocorrem devido à previsão de produtividade. Os analistas das consultorias que percorreram as lavouras de soja no mês passado e neste início de mês acreditam em uma produtividade melhor do que se esperava antes.

O arroz, o terceiro principal produto em volume, terá uma safra de 11,6 milhões de toneladas, com queda de 6%, segundo a Conab. Soja, milho e arroz somam 211 milhões de toneladas, 94% da produção nacional de grãos.

A safra de algodão, que vem se destacando nos últimos anos, deve subir para 1,8 milhão de toneladas de pluma, 17% mais do que em 2017.

O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também fez estimativa da safra brasileira de soja nesta quinta-feira. O órgão elevou a produção brasileira de 2017/18 para 112 milhões de toneladas, acima dos 110 milhões previstos em janeiro.

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