Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Coronavírus traz incertezas sobre acordo agrícola nos EUA com China

Números de exportações do Usda para 2020 ainda não indicam crescimento acelerado

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As negociações comerciais da chamada fase um entre os Estados Unidos e China, feitas no mês passado, trouxeram esperanças para o setor rural americano. Mas o avanço do coronavírus pelo mundo, principalmente na China, está gerando incertezas no setor.

As exportações agrícolas deverão somar US$ 139,5 bilhões no ano fiscal de 2020 (início de outubro de 2019 a 30 de setembro de 2020), acima dos US$ 135,5 bilhões de 2019, mas ainda bem inferiores aos US$ 152,3 bilhões de há seis anos.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e mostram que houve pouca mudança nas expectativas dos últimos meses.

Em novembro, o Usda previa exportações de US$ 139 bilhões para 2020, apenas US$ 500 milhões a menos do que espera agora.

A China é a grande esperança dos americanos, e as coisas começaram bem no início deste ano fiscal. De outubro a dezembro de 2019, as exportações agrícolas para a China renderam US$ 5 bilhões, acima do US$ 1,3 bilhão de igual período de 2018.

A China retoma a liderança nas importações de produtos americanos na Ásia neste ano, posto que havia perdido para o Japão no ano fiscal passado. Em 2020, as exportações dos EUA para a China, considerando os principais produtos agrícolas, deverão atingir US$ 14 bilhões, 40% mais do que as do ano anterior. Já as vendas americanas para o Japão ficarão no mesmo patamar de US$ 12 bilhões.

Os principais mercados para os Estados Unidos, e que vão crescer neste ano, serão os do México e do Canadá. Só nesses dois países, os americanos vão colocar o correspondente a US$ 43 bilhões em exportações de produtos agrícolas. Haverá perdas na América do Sul e na União Europeia.

Devido a uma mudança de conjuntura mundial, os americanos ganham espaço nas vendas externas de soja, graças às negociações com a China, nas de trigo e nas de carnes.

Com relação à soja, o resultado dos acertos da fase um deverá se concretizar mais no final do ano, quando Brasil e Argentina terão menos soja para exportar. Já as vendas de carnes deverão se espalhar pelo ano todo, embora os americanos também terão a concorrência de Brasil e Argentina.

Os números atuais divulgados pelo Usda ainda são bastante incertos. O órgão não está considerando os efeitos do acordo da fase um com os chineses. Além das dúvidas de quanto os chineses vão comprar dos americanos, há uma incerteza dos efeitos do coronavírus sobre a economia mundial, principalmente sobre a da China, um dos principais importadores de alimentos no mundo.

Grandes produtores de soja e de milho, os americanos esperam exportar 49,7 milhões de toneladas da oleaginosa neste ano fiscal, com alta de 2 milhões em relação ao volume do ano anterior. Já as vendas externas de milho recuariam para 47 milhões, 2 milhões a menos do que no período anterior.

O aumento das compras de soja dos Estados Unidos pela China, atendendo ao acordo da fase um, recairá mais sobre o ano fiscal de 2021, que se inicia em outubro deste ano

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