Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Uso de milho na produção de etanol cai 9,5 milhões de toneladas nos EUA

Queda do petróleo, alta nos custos, coronavírus e menor consumo de combustível afetam indústrias

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Os Estados Unidos vão processar 9,5 milhões de toneladas de milho a menos do que esperavam na produção de etanol nesta safra. Previsto anteriormente em 138 milhões de toneladas, o consumo cairá para um volume próximo de 128,5 milhões.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os americanos usam 38% de todo o milho colhido para produzir etanol.

An aerial of Shane Goplin, a sixth-generation farmer growing soybeans and corn, planting corn on one of his fields outside of Osseo, Wis., May 15, 2019. The trade dispute with China has cost growers their No. 1 buyer, but many say President Donal Trump is on the right course. Federal help is ?very important,? Goplin said. The Trump administration?s previous $12 billion package of emergency aid meant the difference between profit and loss on his soybeans.  (Tim Gruber/The New York Times)
Visão aérea de área de plantação de milho, em Wisconsin (EUA) - Tim Gruber/The New York Times

O recuo se deve à queda nos preços do petróleo e à menor utilização de combustíveis pelos americanos, devido ao forte efeito do coronavírus no país.

A safra atual, a 2019/20, termina em 31 de agosto. A redução do uso do cereal para a produção do combustível deverá ser ainda maior na próxima, a 2020/21, principalmente se houver uma continuidade nos preços baixos do petróleo.

A mistura de etanol à gasolina é regulamentada pelos estados e pode chegar a 15% nos Estados Unidos. Os preços baixos do petróleo tornam o etanol de milho pouco competitivo, obrigando as usinas a reduzir a produção, como já está ocorrendo.

Com uso menor na produção de combustível, os Estados Unidos deverão exportar mais milho. Os números para essa safra não deverão ter grandes alterações, e estão projetados em 43,8 milhões de toneladas.

Na safra 2020/21, que começa em setembro, os americanos poderão ocupar uma fatia maior do mercado internacional.

No Brasil, o etanol é basicamente feito de cana-de-açúcar, e os preços já recuaram 32% desde o início de março. Essa queda se deve à entrada da nova safra e à menor utilização de combustível devido à quarentena.

A safra americana de milho está prevista em 348 milhões de toneladas para este período pelo Usda. O órgão governamental estima 101 milhões para o Brasil e 50 milhões para a Argentina. A produção mundial atingirá 1,11 bilhão de toneladas, para um consumo de 1,13 bilhão.

O Usda divulgou, ainda, a produção de soja, que deverá recuar para 96,8 milhões de toneladas no país. O órgão reduziu as expectativas de exportações americanas da oleaginosa e elevou a necessidade de importação da China.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também divulgou os números da produção de grãos no Brasil nesta quinta-feira. O país terá o recorde de 252 milhões de toneladas, 4% mais do que na safra anterior. Soja, com 122,1 milhões de toneladas, e milho, com 102 milhões, serão responsáveis por 89% do volume nacional a ser colhido.

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