Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Países mais rejeitados por Bolsonaro impulsionam o agronegócio

Venezuela lidera as importações de arroz; China, as de soja; e o Irã, as de milho

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Os países mais rejeitados por Jair Bolsonaro tiveram grande importância para o agronegócio brasileiro no ano passado. Vários produtos saídos das lavouras e das pastagens nacionais tiveram como destino essas nações.

Um exemplo típico é o do arroz. Graças aos venezuelanos e cubanos, os gaúchos puderam receber preços recordes pelo cereal no ano passado.

E na hora da falta desse cereal internamente, devido ao grande volume exportado, os argentinos e os paraguaios foram os que garantiram o abastecimento dos brasileiros.

Bolsonaro deve ter perdido a calma ao ver reluzentes caminhões com a bandeira venezuelana trazerem oxigênio para reduzir os efeitos do descontrole da pandemia em Manaus.

Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto - Sérgio Lima - 12.jan.2021/AFP

Os gastos do Brasil com esse produto na Venezuela, no entanto, deve ter sido pequeno em relação aos US$ 104 milhões despendidos pelos venezuelanos com a compra do cereal brasileiro.

Nos últimos três anos, esses vizinhos gastaram R$ 273 milhões com a compra de arroz no Brasil, valor bem acima dos US$ 73 milhões dos três anos imediatamente anteriores.

Mas os gaúchos, principais produtores de arroz, ficaram felizes com a aquisição venezuelana de 350 mil toneladas do cereal, base casca, no ano passado. Esse volume representou 19% de toda a venda brasileira ao exterior.

Os cubanos adquiriram 89 mil toneladas, no valor de US$ 27 milhões. Em 2019, as importações haviam somado US$ 12 milhões com a compra desse cereal.

Assim como a Venezuela liderou as importações de arroz do Brasil, a China, um país que sempre está na mira crítica da família Bolsonaro, liderou as compras de soja.

Foram 61 milhões de toneladas da oleaginosa, 5% mais do que em 2019. Os chineses foram responsáveis também pelo aumento do volume de exportação de proteínas do Brasil. Essas exportações garantiram os preços em patamares recordes internamente.

A União Europeia, ao comprar 7,7 milhões de toneladas de soja em 2019, elevou em 60% o volume adquirido, em relação a 2019.

Já o Irã, também na lista do governo entre os países indesejáveis, reduziu as compras de milho em 19% no ano passado, adquirindo apenas 4,4 milhões de toneladas do cereal. Mesmo assim, manteve a liderança nas compras.

Os esforços de Bolsonaro para elevar o ranking dos Estados Unidos na lista de fornecedores de cereais para o Brasil, no entanto, funcionou.

Com a liberação das tarifas de importação de arroz, os americanos exportaram 118 mil toneladas para o Brasil, 26% mais do que 2019. As exportações de trigo somaram 734 mil de trigo, com aumento de 72%.

125 anos de Brasil Com presença longa no país, a Bayer busca inovação, transformação digital e sustentabilidade no campo, segundo Malu Nachreiner, da divisão agrícola da empresa.

Lista de oferta No campo da inovação, novos produtos serão colocados à disposição dos produtores, principalmente na linha de milho, soja e algodão. A emissão de certificado de segurança para a soja Intacta 2 Xtend, pela União Europeia, amplia a lista de oferta de produtos no setor.

Baixo carbono A empresa está investindo também na agricultura de baixo carbono e acredita em uma boa aceitação por parte dos produtores. Além de aumentar a receita, o produto passa ser melhor reconhecido no mercado. ”É uma abertura ao novo”, diz Eduardo Bastos, diretor de sustentabilidade.

Ração A produção mundial atingiu 1,19 bilhão de toneladas no ano passado, volume 1% superior ao de 2019. O Brasil se mantém em terceiro lugar no ranking mundial, com produção de 77,6 milhões de toneladas, mas com evolução anual de 10%, segundo a Alltech.

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