Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Brasil gasta 42% a mais com importação de grãos neste ano

Milho e soja entram na lista das principais importações; só em outubro, país comprou 503 mil toneladas do cereal

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As importações brasileiras de grãos, considerando-se apenas trigo, milho, arroz e soja, somam 8,9 milhões de toneladas de janeiro a outubro, 15% a mais do que em igual período do ano passado.

Os gastos, no entanto, devido à aceleração dos preços internacionais das commodities, subiram 42%, atingindo US$ 2,52 bilhões no período.

Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e foram divulgados nesta quarta-feira (3). O trigo, como ocorre normalmente, é o líder nas importações.

Grãos de soja caidos em estrada rural durante colheita, nas proximidades de Londrina-PR - Sergio Ranalli - 4.mar.2021/Folhapress

Nos dez primeiros meses deste ano, o país trouxe 5,4 milhões de toneladas do exterior, abaixo dos 5,8 milhões de igual período do ano passado. Neste ano, a safra do cereal será boa, reduzindo a necessidade de compras externas.

A novidade é o milho, cujas compras externas somaram 503 mil toneladas apenas no mês de outubro. No acumulado do ano, já são 2,14 milhões, com custos de US$ 470 milhões no ano.

As importações de milho deste ano superam as de 2016, ano em que o país também teve um déficit do cereal.

Naquele período, parte da escassez foi provocada pelo excesso de exportações. Neste, houve uma quebra de produção de pelo menos 20 milhões de toneladas.

As exportações, previstas em 35 milhões de toneladas, vão ficar bem abaixo dos 20 milhões. Até outubro, somaram 14,6 milhões.

As compras externas de soja também crescem. Apesar da safra recorde do Brasil em 2020/21, o país exportou muito e tem de buscar a oleaginosa no mercado externo para complementar a demanda.

De janeiro a outubro as importações somaram 750 mil toneladas, 20% acima do volume de 2020, que já havia sido bem superior à média histórica.

Alívio... Os alimentos, na média mensal de outubro, subiram menos do que em setembro. No mês passado, a alta foi de 0,90%, abaixo do 1,38% do período imediatamente anterior.

...mas nem tanto Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e se referem aos custos na cidade de São Paulo. Quando vistos em um período mais longo, no entanto, o patamar da alimentação está bastante elevado.

Destaques Os preços do açúcar estão 56% superiores aos de há um ano, enquanto o café subiu 40% no período. A pressão da carne bovina perde força, mas ainda registra aumento acumulado de 22% em 12 meses. O reajuste do frango no varejo foi ainda maior no período, atingindo 38%.

A caminho dos R$ 4 O litro de etanol, com base em Paulínia (SP) e negociado pelas usinas paulistas, atingiu R$ 3,96 nesta quarta-feira (3). Esse valor supera em 88% o de há um ano, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avancados em Economia Aplicada).

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