Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Apesar da queda do dólar, preços dos produtos de Páscoa superam média dos alimentos

Bacalhau sobe 5,3% no ano e pescada tem alta de 7%, apontou a Fipe nesta terça (4)

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Mesmo com a renda curta do consumidor e com a queda da cotação do dólar em relação ao real, os alimentos específicos da Semana Santa têm variações bem acima da média dos demais.

O dólar interrompeu a escalada de alta e registrou retração de 4% neste ano, inibindo reajustes ainda maiores nos preços dos produtos importados mais consumidos neste período.

O bacalhau, porém, um dos carros-chefe da preferência do consumidor, tem alta acumulada de 5,31% de janeiro a março. Nesse mesmo período, a alta média dos alimentos foi de 1,31%, conforme pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), divulgada nesta terça-feira (4).

O azeite de oliva, também dependente do dólar, acumula alta de 3,7% no ano. Já a azeitona manteve preços estáveis.

Internamente, algumas altas vieram ainda mais salgadas do que as de produtos importados. O quilo de corvina ficou 16% mais caro no ano; e o de pescada, 7%.

Vendedor corta bacalhau no Mercado Municipal de São Paulo - Eduardo Knapp - 20.jan.23/Folhapress

Outro componente do cardápio, o arroz, mantém a escalada dos preços, mesmo o cereal estando em plena safra no Rio Grande do Sul. Produção menor e exportações aceleradas pressionam os preços internos.

O alívio nos custos vem da batata e da cebola. Segundo a Fipe, o quilo de batata acumula queda de 11% neste ano; e o da cebola, 42%.

A proteína animal, à exceção do ovo, também está com preço mais favorável. A carne de frango teve recuo de 9% nos três primeiros meses; a bovina, de 3,3%; e a suína, de 0,61%. O preço do ovo, no entanto, teve alta de 17% no período.

A Fipe mostra ainda que as frutas da época subiram 5,8% até o final de março; e o chocolate, 1,62%.

Ao registrar taxa de 0,59% em março, a alimentação volta a subir e tem a maior evolução mensal deste ano. No acumulado de 12 meses, porém, após os picos do ano passado, a inflação dos alimentos recua para 9,65%.

As maiores pressões no mês passado vieram de ovos, arroz, farinha de trigo, farinha de mandioca e de produtos "in natura".

Entre as quedas, os destaques são batata, cebola, leite, pão, café e óleo de soja, conforme dados apurados pela Fundação, que é ligada à USP (Universidade de São Paulo).



Equilíbrio Até o final do segundo trimestre haverá um equilíbrio entre oferta e demanda de carne bovina no Brasil, e os preços devem se manter estáveis.

Equilíbrio 2 A avaliação é do Rabobank, que prevê retomada mais forte das importações chinesas e maior oferta interna de carne devido a descartes de fêmeas. O preço do bezerro continua em queda.

Preços Com estoques de carne adquiridos a valores elevados, a China recomeça as compras da proteína brasileira pagando menos. Assim, recompõe os estoques com valores médios menores. Em julho de 2022, a tonelada chegou a US$ 7.300. Nos dois primeiros meses deste ano estava em US$ 4.800, segundo os analistas do Rabobank.

Feijão Na primeira safra de 2020/21, os paranaenses semearam 153 mil hectares com feijão. Na primeira de 21/22, foram 139 mil; e em 22/23, apenas 115 mil, segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural).

Safra Após uma colheita de 3,8 milhões de toneladas de milho na primeira safra, os produtores do Paraná esperam 14,7 milhões na segunda. Já a produção de soja, que foi de apenas 12,2 milhões de toneladas em 2022, deverá atingir 22,2 milhões neste.

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