Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu Agrofolha

Brasil assume liderança mundial na exportação de farelo de soja

Com a quebra de safra, a Argentina, tradicional líder, fica em segundo lugar

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O Brasil assume neste ano mais uma liderança mundial no setor do agronegócio. Será, pela primeira vez, o maior exportador mundial de farelo de soja.

O país retoma também a liderança mundial no milho neste ano. Esses dois produtos se somam a café, soja, açúcar, suco de laranja, celulose e carnes bovina e de frango.

Tradicionalmente o segundo posto, o Brasil ocupará o lugar da Argentina, que, devido aos severos efeitos climáticos em suas lavouras de soja, não conseguirá manter o patamar de exportações dos anos anteriores.

Conforme dados desta quinta-feira (20) da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), o Brasil exportará 22 milhões de toneladas de farelo da oleaginosa neste ano.

Colheita de soja em Luziânia (GO)
Colheita de soja em Luziânia (GO) - Adriano Machado - 9.fev.2023/Reuters

A Argentina, segundo informações desta quarta-feira (19) do escritório de Buenos Aires do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), colocará apenas 18,7 milhões de toneladas de farelo na safra comercial de 2022/23.

Os períodos de comparação têm uma pequena diferença, uma vez que o ano comercial considerado pelo Usda é de outubro de um ano a setembro do seguinte. Já os dados da Abiove consideram o ano todo de 2023.

Pelo ritmo das exportações brasileiras de outubro a junho, dados já consolidadas, e das expectativas de julho a setembro, os brasileiros deverão superar 21 milhões de toneladas durante o período considerado pelo Usda. Os norte-americanos ocupam o terceiro lugar, com 13 milhões de toneladas.

Os argentinos perdem espaço no mercado mundial porque tiveram uma drástica redução na produtividade da soja e, consequentemente, uma quebra no volume produzido. É o menor em duas décadas.

Com produção anual próxima de 50 milhões de toneladas, a Argentina deverá terminar a safra 2022/23 em 21,2 milhões de toneladas, segundo as previsões mais recentes dos analistas do escritório do Usda, em Buenos Aires.

A quebra foi tão intensa que o país vizinho já importou o recorde de 3 milhões de toneladas de soja no Brasil no primeiro semestre deste ano. Em anos anteriores, esse volume ficava próximo de 200 mil toneladas.

Enquanto os argentinos sofrem com a intensa quebra de safra, os brasileiros obtêm 156 milhões de toneladas neste ano. Com isso, o esmagamento interno sobe para 53,5 milhões, gerando 41 milhões de farelo.

Esse volume recorde de produção permitirá ao Brasil atingir 22 milhões de toneladas de farelo, quando consideradas as exportações de janeiro a dezembro. A produção de óleo também sobe, atingindo 10,8 milhões de toneladas, conforme dados da Abiove.

A soja vem dando força à balança comercial brasileira. Neste ano, o complexo soja (grãos, farelo e óleo) deverá render US$ 67 bilhões para o país. Em 2021, foram US$ 48 bilhões e, em 2022, US$ 60 bilhões.

Agropecuária salva O PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre do ano teve uma forte participação da agropecuária, principalmente nas regiões mais dedicadas ao campo.

Agropecuária salva 2 O PIB do setor, conforme o IBGE, teve evolução de 21,6% de janeiro a março, em relação a outubro dezembro do ano passado.

Agropecuária Salva 3 A 4intelligence destrinchou os dados, por região, e constatou que as mais voltadas para o agronegócio tiveram evolução maior.

Centro-Oeste A região teve uma evolução de 5,2% no PIB médio, uma taxa puxada pela agropecuária. Grande concentradora de produção agrícola e pecuária, a região registrou PIB de 30% no primeiro trimestre no setor.

Norte Nova fronteira agrícola, a região teve uma alta de 17,5% no PIB da agropecuária, dando suporte para um crescimento de 4,9% no PIB médio.

Sul Tradicional na agropecuária, a região obteve crescimento de 13,3% no setor, dando sustentação para 4% no PIB geral. Já a Sudeste teve evolução de apenas 0,6% no PIB médio e 9,2% no da agropecuária.

Nordeste Para a região, a 4intelligence apurou uma evolução de 11,3% no PIB da agropecuária, permitindo evolução de 5% no PIB médio.

Recuperação agrícola Para Bruno Lavieri, economista-chefe da 4intelligence, a continuidade da recuperação da produção agrícola é um dos fatores desses resultados positivos do PIB nacional.

Exportações O volume das vendas externas cresceu, mas algumas quedas acentuadas de preços no mercado externo não permitiram uma evolução maior do saldo da balança.

Exportações 2 Segundo o Radar Agro, do Itaú BBA, o preço do óleo de soja teve queda de 31% no primeiro semestre, em relação a igual período do ano passado. A soja e a carne bovina, importantes para a balança, caíram 8% e 19%, respectivamente.

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