O rebanho bovino dos Estados Unidos estava em 95,9 milhões de cabeças no início deste mês de julho. O número é 3% abaixo do de igual período de 2022 e mostra retração pelo quinto ano. Em 2006 superava 100 milhões de animais.
Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e indicam uma desaceleração em praticamente todos os segmentos do setor. O número de vacas e de novilhas caiu 2%, e o de bezerros, 2%, em comparação com 2022.
Boa parte dessa queda reflete o aumento de custos para os pecuaristas nos anos recentes, principalmente com a elevação dos preços dos grãos que compõem a ração. A ocorrência mais frequente de secas, que afetam as pastagens, também leva o produtor para outras atividades.
O número de gado neste ano só supera o do período da intensa seca de 2012. Em alguns segmentos, como o de vacas para corte, ele volta para a década de 1960.
A retração no rebanho força os americanos a exportar menos e a importar mais. Neste ano, a produção de carne bovina deverá recuar para 12,4 milhões de toneladas, segundo o Usda, 4% a menos do que na anterior.
Com um volume interno menor de carne, as exportações estão em queda e devem ficar em 1,46 milhão de toneladas, 9% a menos do que em 2022.
As importações, previstas em 1,6 milhão de toneladas pelo Usda, aumentarão 4% em relação às do ano passado. O quadro atual leva os americanos a uma perda de competitividade em relação aos brasileiros no mercado externo. Com a retração atual no rebanho, ela deverá persistir, a menos que eles elevem em muito a produtividade.
Um dos sinais de menor oferta interna de carne nos Estados Unidos é a redução de animais confinados. Em julho, são 11,2 milhões, 2% a menos do que em igual mês de 2022.
O Brasil já vem aumentando a participação no mercado dos Estados Unidos. De 2018 a 2022, as exportações brasileiras para os americanos aumentaram 230%. No ano passado, foram 212 mil toneladas, colocando o Brasil como o maior exportador para os Estados Unidos entre os países fora do acordo comercial da América do Norte.
De janeiro a maio deste ano, com 125 mil toneladas comercializadas, o Brasil ainda se mantém nessa posição, embora com um volume menor do que nos cinco primeiros meses de 2022.
Tomando como referência os dados do Usda, o rebanho brasileiro é de 194 milhões de cabeças. A produção de carne bovina sobe para 10,7 milhões de toneladas, e as exportações, para 3,1 milhões, ambas com projeção de evolução de 3% neste ano.
Brasil e Estados Unidos estão entre os maiores produtores e fornecedores mundiais de carne bovina. Os americanos são os maiores produtores, e os brasileiros, os líderes em exportação.
Peso no bolso O óleo de soja, com a retração dos preços da soja, continua liderando as quedas no varejo. Em 12 meses, o recuo acumulado é de 34%.
Peso no bolso 2 Os dados são da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que apontou a farinha de mandioca como líder de alta entre os alimentos. O aumento foi de 32% em 12 meses.
Peso no bolso 3 Essa alta ocorre porque a mandioca tem uma forte retração na área de produção, somando 1,24 milhão de hectares atualmente. Há duas décadas, eram 2 milhões, segundo o IBGE.
Laranja A produção mundial deverá recuar para 48 milhões de toneladas em 2022/23, com queda de 5% em relação à anterior. O destaque é para os Estados Unidos, que terão a menor safra em 56 anos.
Laranja 2 O Brasil também registra queda. O volume cai para 16,8 milhões de toneladas, 1% a menos do que na safra anterior. Os dados são do Usda.
Suco A produção mundial tem retração de 9%, para 1,5 milhão de toneladas. Líder, o Brasil terá 1,1 milhão, 1% a menos, segundo o órgão americano.
Trigo A área de plantio do Paraná sobe para 1,4 milhão de hectares nesta safra, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural). Se confirmada a produtividade de 3.278 quilos por hectare, a safra do estado será de 4,6 milhões de toneladas.
Milho A produtividade do milho safrinha deverá atingir 5.785 quilos por hectare no estado. Mesmo com a redução de 12% na área de plantio, os paranaenses têm potencial para colher 14 milhões de toneladas do cereal, 30% a mais do que em 2022.
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