Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Clima no Rio Grande do Sul afeta colheita de milho no Paraná

Fortes rajadas de ventos provocam tombamento das lavouras no norte do estado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Os efeitos climáticos do Rio Grande do Sul acabaram afetando também lavouras do Paraná, onde ventos fortes derrubaram parte milho que ainda está para ser colhido na região norte do estado.

Mesmo assim, os paranaenses deverão obter uma colheita recorde do cereal nesta safrinha. As estimativas mais recentes indicam 14 milhões de toneladas. Embora a área de plantio tenha diminuído 13%, a produtividade subiu 21%.

"São problemas pontuais, restritos às regiões de Londrina e de Cornélio Procópio, onde a colheita está mais atrasada", afirma Edmar Wardensk Gervasio, analista de milho do Deral (Departamento de Economia Rural).

Produtores acreditam em quebra de 5% nas lavouras afetadas, principalmente porque os ventos derrubaram mais o milho com espigas maiores e mais suscetíveis a quedas. As rajadas de ventos não afetaram, no entanto, as lavouras de forma uniforme, mas apenas parte delas.

Gervasio diz que 90% da área semeada no estado já foi colhida, incluindo as regiões com maior relevância, como o oeste do estado, onde o plantio ocorreu mais cedo.

Nas áreas de Toledo, Cascavel e Campo Mourão, onde a safra caminha para o final, há uma concentração de 1,1 milhão de hectares. Já em Londrina e Cornélio, regiões que detêm 440 mil hectares, 71% da área já foi colhida.

Para o analista do Deral, de 100 mil a 150 mil hectares estão dentro dessa área que sofreu com corredores de intenso vendaval. Serão feitos ajustes na produtividade marginal, mas a produção total ainda se manterá recorde, afirma ele.

A área de plantio na safrinha recuou para 2,37 milhões de hectares em 2022/23. Na primeira safra, a de verão, que vem caindo ano a ano, foram semeados apenas 379 mil hectares, 12% a menos do que em 2011/22.

A soja vem ocupando o espaço do milho na safra de verão, Já o cereal amplia a área de produção no inverno. Há duas décadas, os paranaenses produziam 7,5 milhões de toneladas de milho no verão. Atualmente, são apenas 3,8 milhões. Já a segunda safra, a de inverno, saiu de 3,7 milhões, naquele período, para os atuais 14 milhões.

O milho vem ganhando importância na produção brasileira de grãos, e o Paraná mantém espaço nessa cultura. Neste ano, o VBP (Valor Bruto da Produção) do cereal atingirá R$ 142,3 bilhões. O Paraná responde por R$ 17,1 bilhões, 12,5% desse total. O VBP é o resultado das estimativas do volume produzido multiplicado pelo valor de venda do produto.

O VBP do milho só perde para o da soja, que deverá atingir R$ 330 bilhões neste ano, segundo dados do Ministério da Agricultura.

A maior oferta interna do cereal permite ao país também avançar no mercado externo. Neste ano, as exportações deverão superar 50 milhões de toneladas, com o país assumindo a liderança mundial em exportações.

De janeiro a agosto, a Secex contabiliza 25,2 milhões de toneladas de milho embarcados para o exterior, 42% a mais do que em igual período de 2022.

A produção brasileira de milho da safra 2022/23 deverá atingir 132 milhões de toneladas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Já o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê 137 milhões.

Café na China Os chineses compraram 602 mil sacas de café do Brasil de janeiro a agosto, uma alta de 146% em relação a 2022. Ao atingir esse volume, a China subiu para a nona posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil.


Café na China 2 Segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), iniciativas de promoção no país asiático resultaram em maior aceitação do produto brasileiro, principalmente por consumidores jovens.

Exportações Até agosto, as vendas externas brasileiras de café somaram 22,9 milhões de sacas, 9,7% a menos do que em 2022. Já a queda das receitas foi de 17% no período, recuando para US$ 5,9 bilhões. As exportações de agosto, no entanto, superaram em 29% as de igual mês de 2022.

Arroz A saca do cereal voltou a superar R$ 100 no mercado gaúcho nesta quarta-feira (13), o que não ocorria desde o início de dezembro de 2020, segundo o Cepea. Demanda externa e preços internacionais elevados anteciparam os picos da entressafra, mais intensos em final de ano.

Trabalhadores A população ocupada no agronegócio somou 28,3 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, um número recorde, segundo o Cepea e a CNA, responsáveis pelo levantamento. Ao atingir esse número, o agronegócio representou 26,9% da ocupação total do Brasil.

Trabalhadores 2 A alta no quadro de ocupados subiu 0,8% em relação ao segundo trimestre de 2022, puxada por agrosserviços. Já a população ocupada na agropecuária, trabalhadores que estão dentro da porteira, caiu 5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Mais açúcar A safra de cana-de-açúcar deste ano tem-se destacado mais pela produção de açúcar do que pela de etanol. Enquanto a de açúcar aumentou 20%, em relação à anterior, a de etanol teve evolução de apenas 6%.

Cana A moagem de cana subiu para 407 milhões de toneladas até agosto na região do centro-sul, um volume 11% maior do que no período anterior, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia).

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.