Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Alimentos sobem 1,9% em 2023, menor taxa em seis anos

Após alta de 164% em quatro anos, óleo de soja cai 28%

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São Paulo

A forte pressão nos preços dos alimentos ocorrida durante a pandemia, acelerada ainda mais após a invasão da Ucrânia pela Rússia, perdeu força no ano passado.

Em média, os alimentos subiram 1,95% de janeiro a dezembro de 2023 para os consumidores paulistanos, abaixo dos 15% de 2022. Essa é a menor taxa anual de inflação dos alimentos em seis anos.

Do início de 2019 ao final de 2022, a alimentação ficou 57% mais cara na cidade de São Paulo. Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que apontou uma tendência de queda nos principais alimentos.

A queda ocorre devido a uma acomodação dos preços no mercado internacional, tendência refletida também no mercado interno. Na pandemia, a busca dos países por estoques que garantissem segurança alimentar e o encarecimento dos transportes puxaram os preços para cima.

Na sequência, a invasão da Ucrânia acelerou ainda mais as altas. Rússia e Ucrânia interferem nos mercados de trigo, de milho e de óleos vegetais.

Preço do óleo de soja em São Paulo recuou 28,2% em 2023, segundo a Fipe - Rivaldo Gomes - 23.abr.2021/Folhapress

Uma das quedas mais expressivas ocorre com o óleo de soja. De 2019 a 2022, os consumidores pagaram 164% a mais pelo produto.

O aumento de produção de soja, principalmente no Brasil, e a reposição de parte dos estoques mundiais provocaram uma queda de 28% nos preços deste óleo nos supermercados brasileiros, em 2023.

O cenário para este ano é de pouca pressão nos preços. A safra de soja do Brasil ainda é incerta, mas a da Argentina, se confirmada, compensará as perdas brasileiras.

A Ucrânia, importante no fornecimento de óleo de girassol, mesmo com a continuidade da guerra, volta a participar mais do mercado externo.

Os preços do trigo, após o conflito provocado pela Rússia, dispararam no mercado internacional. O pãozinho, com alta de 19% nas padarias, em 2022, subiu menos em 2023, acumulando 1,61%.

Os consumidores pagaram menos também pelo café em pó, que teve retração de 9% nos supermercados. Geada e seca haviam afetado a produção do Brasil, provocando alta nos preços. Em 2021 e em 2022, os consumidores paulistanos pagaram, respectivamente, 62% e 15% a mais pela bebida.

As carnes também ficaram mais acessíveis, aponta a Fipe. Queda nos preços internacionais e oferta maior internamente permitiram a redução.

Outra queda de preços é a do leite. A retração foi provocada por uma maior oferta interna em determinados períodos do ano e por um aumento das importações.

Arroz e açúcar, no entanto, tomaram rumos diferentes. Devido a demanda externa maior e a consequente elevação de preços, esses produtos pressionaram mais a inflação.

O mercado de arroz foi bastante conturbado, com queda de produção e barreiras de exportação impostas por países com peso no mercado externo, como a Índia.

O açúcar, também com restrição de produção em alguns dos principais países produtores, ficou mais caro no mercado internacional.

Essa alta externa afetou os preços internos, provocando reajuste de 11% para os consumidores no ano passado, segundo a Fipe.

De olho... Os americanos buscam uma aproximação comercial maior com os indianos. Grão-de-bico, lentilhas, nozes e maçã estão no radar dos americanos.

...na Índia Um mercado inexplorado, os indianos têm uma das economias que mais evoluem e uma classe média crescente, segundo o governo dos Estados Unidos.

Brasil também Em novembro do ano passado, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também esteve na Índia para ampliar relações comerciais no setor da agropecuária.

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