Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu África

Brasil tem exportações recordes de alimentos para África

Egito é responsável por 17% das compras de produto brasileiro no continente

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São Paulo

A África, continente que está sendo visitado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que tem a simpatia do atual presidente, está comprando mais alimentos do Brasil. Em 2023, foram US$ 9,8 bilhões, um valor recorde e bem acima do dos anos anteriores. Com a aceleração das exportações brasileiras do setor, no entanto, a participação dos africanos ainda se mantém em 7% do total exportado pelos brasileiros.

No início dos anos 2000, a presença da África nas importações brasileiras era de US$ 525 milhões, representando 4% no total de alimentos exportados pelo país. Subiu para 11% em 2011, mas voltou a cair para 6% em 2019.

Os países africanos buscam mais por açúcar, milho, carnes e soja, embora o café, mesmo com a produção em países daquele continente, também esteja na lista. O gasto com açúcar somou US$ 4,7 bilhões no ano passado, seguido de milho e de carnes, com total de US$ 1,5 bilhão cada.

As exportações de animais vivos, um setor bastante ativo há cinco anos e que ganhou espaço na África, vinham perdendo relevância, principalmente no período da pandemia. O Egito, importante parceiro neste item, tinha adquirido gado vivo no valor de US$ 56 milhões em 2019, mas reduziu as compras para US$ 928 mil em 2021. No ano passado, voltou para US$ 33 milhões.

O terminal de contêineres Abu Qir, no porto de Alexandria, no Egito - China Harbour Engineering Company/Handout via Xinhua

Os egípcios são um dos mais importantes parceiros comerciais do agronegócio brasileiro no continente, sendo responsáveis por 17% das importações africanas no Brasil. No ano passado, o país africano adquiriu 1,13 milhão de toneladas de açúcar e 1,62 milhão de milho, além de 130 mil toneladas de carne bovina e de frango.

O Brasil perde espaço nas exportações de lácteos. As vendas de leite condensado, de creme de leite e de outros concentrados, que chegaram a somar 20 mil toneladas na África, recuaram para uma média anual de 816 nos últimos quatro anos. As vendas totais de lácteos do ano passado foram as menores desde 1999. O volume recuou para apenas 1.287 toneladas, e o valor caiu para US$ 3,4 milhões.

Em compensação, as exportações de ovos atingiram patamar recorde. Foram 6.563 toneladas no ano passado, no valor de US$ 26 milhões, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). O Egito teve pouca participação nessas compras, que ficaram basicamente por conta de Senegal e África do Sul.

Os principais parceiros do agronegócio brasileiro no continente africano são Argélia, com importações de US$ 2,2 bilhões em 2023, e Egito, que adquiriu alimentos no valor de US$ 1,6 bilhão. Marrocos e Nigéria vêm a seguir, com US$ 1,2 bilhão e US$ 851 milhões.

Perde no boi... As exportações de carne bovina dos Estados Unidos do ano passado representaram 11,3% da produção. Neste ano, conforme projeções do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), deverão ficar em 10,6%

...ganha no frango Já as exportações de frango sobem para 25,4% do volume a ser produzido, acima dos 25% de 2023. A participação das vendas externas de carne de porco também aumenta, subindo para 9,5% da produção, acima dos 9% do ano passado.

Brasil muda mercado As exportações brasileiras de carne bovina para os Estados Unidos estão remodelando o mercado americano, elevando a oferta basicamente no primeiro trimestre, quando o Brasil ainda está preenchendo a cota sem tarifa a que tem direito. Neste ano, as vendas já somam 71% desse volume.

Competitivo Mesmo com a cota esgotada, o Brasil mantém as exportações, embora em ritmo menor. O produto brasileiro é bastante competitivo em relação ao dos demais fornecedores, segundo analistas do USDA.

Ritmo menor As exportações de soja deverão somar 7,3 milhões de toneladas neste mês, segundo a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), abaixo do volume de igual mês de 2023.

Ritmo menor 2 As vendas externas de milho, após o recorde de 2023, também começam com ritmo menor neste ano. As exportações de fevereiro devem recuar para 742 mil toneladas, bem abaixo do 1,9 milhão de igual período do ano passado.

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